Abastecimento de milho no Nordeste nescessita investestimentos em infraestrutura e logística, diz CTLog

Publicado em 15/08/2016 09:19

Como garantir o abastecimento de milho na região Nordeste? A pergunta foi a chave do estudo do grupo de trabalho composto por 10 entidades, membros da Câmara Temática de Logística e Infraestrutura (CTLog) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O objetivo do estudo é criar meios para minimizar o déficit na demanda constatado na última safra (2015/16) de 2,8 milhões de toneladas de milho, com a produção de 4,3 milhões e consumo previsto de 7,1 milhões de toneladas. Integrante do grupo de trabalho, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou, na última semana, as conclusões para a CTLog, durante reunião no Mapa, em Brasília. 

Segundo a assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA, Elisangela Pereira Lopes, apesar do prejuízo da safra pelas adversidades climáticas, um comparativo entre os dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)  e dados da projeção de consumo do Mapa até 2025 mostram que a tendência para os próximos dez anos, caso nada seja feito, é que o déficit na produção de milho na região Nordeste se mantenha entre 2 e 2,5 milhões de tonelada por safra, principalmente nos estados do Ceará e Pernambuco. “Essas regiões possuem uma demanda maior que a oferta. O milho é muito importante, fundamental para garantir a produção animal e, por isso, é preciso reverter essa situação”, observa.

Na busca de informações para embasar o estudo, o grupo fez análise da infraestrutura e logística existente; das condições e os custos da origem e destino; cálculo de extensão; junção, e várias simulações, em parceria com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), responsável pela verificação das melhores opções para transportar o milho, o que inclui a analise da origem e destino, custo, tipo de modal de transporte. 

As conclusões do trabalho mostraram que é necessário investir na melhoria da infraestrutura, principalmente em pavimento de vários trechos das rodovias, nos estados do Tocantins, Mato Grosso e Goiás, escolhidos, no estudo, como origens dos embarques de milho para o Nordeste. Segundo o estudo, concluir obras inacabadas também é importante para facilitar o transporte do milho, principalmente nas ferroviárias - Transnordestina e o trecho da Fiol, que liga a Bahia com a Ferrovia Norte/Sul; além de priorizar a multimodalidade, ou seja, um único contrato de transporte para operar diversos modais. E, principalmente, criar um novo marco regulatório para a cabotagem, entre outros.

De acordo com Elisangela, as recomendações do estudo são de caráter emergencial, uma vez que visam resolver questões de ordem estrutural para ampliar a produtividade do agronegócio brasileiro. A assessora observou que um dos exemplos é a construção de um trecho na BR-020 na Bahia, que liga Barreiras à divisa com o Piauí. “Um produtor que leva a carga da Bahia para o Ceará percorre 1.859 km, gastando cerca de R$ 218,00 por tonelada. Com a construção de 600 km de rodovia, que hoje não existe, o percurso cairia para 1.280 km a um custo de R$ 153,00 por tonelada”, exemplificou. Após a apresentação do estudo à CTLog, o documento será encaminhado para o ministro Blairo Maggi.

Tags:

Fonte: CNA

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Colheita, dólar e Chicago pressionam e milho acumula perdas semanais na B3
Colheita deve pressionar milho no Brasil, mas clima dos EUA pode trazer boas oportunidades de venda
Colheita do milho safrinha está adiantada em Ipiranga do Norte (MT), segundo presidente do Sindicato Rural
Milho abre a sexta-feira estendendo as perdas na B3
Milho recua na B3 em quinta-feira de mercado técnico