Milho: Mercado tem dia de vendas técnicas, mas preocupações na Argentina dão suporte nesta 5ª feira

Publicado em 15/02/2018 17:14

Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho encerraram o pregão desta quinta-feira (15) com ligeiras altas, próximas da estabilidade. As principais posições da commodity encerraram o dia com ganhos entre 0,50 e 1,00 pontos. O vencimento março/18 era cotado a US$ 3,67 por bushel, enquanto o maio/18 era negociado a US$ 3,75 por bushel.

"Os futuros do milho se enfraqueceram com vendas técnicas após os preços baterem os níveis mais altos em seis meses no início dessa semana. Ainda assim, as preocupações com as lavouras na Argentina limitaram as perdas", reportou a Reuters internacional.

O clima no país vizinho continua como principal variável no mercado do milho. As previsões climáticas voltaram a indicar chuvas na Argentina a partir da próxima semana, mas não são previstos volumes significativos nas principais áreas de cultivo no país, conforme reportou a Radiant Solutions ao Agrimoney.com nesta quinta-feira.

"A expectativa ainda é de solos mais secos na próxima semana, especialmente em Santa Fe, Entre Rios, Santiago del Estero e Córdoba. A secura contínua em toda a Argentina manterá o estresse sobre as culturas de milho e soja, principalmente com as temperaturas aumentando novamente", informou o Agrimoney.com.

Mike Mawdsley da First Choice Commodities disse que "alguns pensam que os cortes da produção poderiam chegar aos níveis de 2012", ou seja, 40 milhões de toneladas para a soja e 21 milhões de toneladas para o milho. Os órgãos oficiais indicam uma produção próxima de 39 milhões de toneladas do grão nesta temporada.

Além disso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou hoje seu boletim semanal de vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 8 de fevereiro, as vendas somaram 1.974,5 milhão de toneladas na temporada 2017/18.

O volume ficou 12% acima do registrado na semana anterior e acima das expectativas dos participantes do mercado, entre giravam em torno de 1 milhão a 1,5 milhão de toneladas.

No acumulado da temporada, as vendas americanas já totalizam 35.996,0 milhões de toneladas, contra quase 42 milhões do ano passado, nesse mesmo período. O USDA estima, no total, vendas de 52,07 milhões.

Mercado interno

A quinta-feira (15) foi de ligeiras movimentações aos preços do milho praticados no mercado doméstico. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a saca do cereal subiu 3,45%, em Ponta Grossa (PR) e encerrou o dia a R$ 30,00.

Em Panambi (RS), a alta foi de 1,81%, com a saca a R$ 27,00. Já em Palma Sola (SC), o ganho foi de 1,79%, com a saca do cereal a R$ 28,50. Na região de Pato Branco (PR), a valorização foi de 1,60%, com a saca a R$ 25,40. Em Campo Novo do Parecis (MT), a saca subiu 2,78% e encerrou o dia a R$ 18,50.

Em contrapartida, em São Gabriel do Oeste (MS), o preço caiu 2,22% e a saca terminou o dia a R$ 22,00. Em Rondonópolis (MT), a queda foi de 2,13%, com a saca a R$ 23,00.

"O mercado ainda busca um direcionamento e as oscilações ocorrem pontualmente, sem grandes solavancos", explica o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves.

O especialista ainda reforça que a temporada 2017/18 começa com estoques abundantes, de mais de 18,6 milhões de toneladas, conforme dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). "E ao mesmo tempo temos a entrada da safra de verão no mercado, o que acaba disputando com os estoques", reforça Alves.

Apesar desse cenário, o pesquisador ainda destaca as incertezas com a produção do cereal na segunda safra. Após o atraso na semeadura da soja, muitas regiões enfrentam dificuldades na colheita em meio às chuvas excessivas nesse momento.

"Sem contar que podemos ter a ocorrência de geadas em algumas regiões de maio em diante. O cultivo do cereal fora da janela ideal pode gerar redução de produtividade. E, em muitas regiões, as sementes utilizadas são de menor potencial produtivo", disse Alves.

Dólar

A moeda norte-americana encerrou a quinta-feira a R$ 3,2359 na venda, com alta de 0,26%. "Depois de cair abaixo de R$ 3,20 mais cedo, o câmbio atraiu compradores e terminou a quinta-feira em alta, embora o movimento tenha sido contido pelo recuo da moeda no exterior", informou a Reuters.

Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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