Milho: Demanda intensa e oferta limitada continuam a dar suporte aos preços no Brasil

Publicado em 05/02/2020 17:06

A firmeza entre os preços do milho no mercado brasileiro de milho continua. Os futuros do cereal registraram novas altas na B3 nesta quarta-feira (5), mesmo diante de mais uma sessão de ajustes do dólar frente ao real. Assim, as referências nos vencimentos mais próximos permacem entre R$ 46,00 e R$ 48,00 por saca. 

A disponibilidade de oferta bastante limitada - com especulações de que o Brasil poderia sofrer com uma escassez de milho em alguns meses - diante de uma demanda ainda bastante aquecida tem sido o principal pilar de suporte aos preços neste momento. 

"O mercado continua firme porque as ofertas do grão novo são restritas a poucos volumes, além de serem localizadas", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Nesta quarta, diante deste quadro, se reuniram a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para discutir o abasteciemento do cereal, já que o setor de produção de carnes do país passa por mais um momento de força, com potencial de aumento de suas exportações e, consequentemente, demandando mais matéria-prima para a produção de alimentação animal. 

"Nesta quinta-feira, 6 de fevereiro, a Conab fará um leilão de frete de milho do Mato Grosso para outras regiões do Brasil. Serão ofertadas 23.106 toneladas que devem ser enviadas para regiões consumidoras para vendas de balcão da Conab. Assim, o mercado vai fluindo e a Conab aproveitando o final da entressafra para fazer caixa e vender bem o milho que tem nas mãos", complementa Brandalizze. 

Assim, nesta quarta-feira, os preços do milho encerraram o dia com estabilidade na maior parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas e com quase todas elas ainda mantendo referências acima dos R$ 40,00 por saca. No porto de Paranaguá, é mantida a referência nos R$ 43,00.

MERCADO INTERNACIONAL

Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho terminaram o pregão com estabilidade - assim como trabalhou durante todo o dia - e perdendo enrre 0,75 e 1,50 ponto nos principais vencimentos. O março encerrou a quarta-feira com US$ 3,80, o maio US$ 3,86 e o julho, US$ 3,91 por bushel. 

Os futuros do cereal acompanham as demais commodities, porém, sem grandes variações e ainda obedecendo aos seus próprios fundamentos, entre eles a fraca demanda pelo milho norte-americano. As exepctativas são de uma melhora daqui em diante, porém, ainda sem fortes impactos no andamento do mercado na CBOT. 

Mais do que isso, os especialistas alertam ainda para um recuperação somente momentânea e frágil das commodities neste momento, haja vistas que o coronavírus ainda preocupa muito, são 500 óbitos e mais de 25 mil pessoas infectadas. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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