Milho fecha semana com referência de R$ 45/saca no Porto de Paranaguá com suporte no dólar

Publicado em 06/03/2020 18:22

A semana termina com preços firmes para o milho no mercado brasileiro. O dólar que segue acima dos R$ 4,60 e a ajustada relação de oferta e demanda no país mantém as cotações sustentadas. No interior e nos portos, os indicativos seguem elevados, com a referência em Paranaguá terminando a semana nos R$ 45,00/saca. O indicador Cepea segue acima dos R$ 54,00. 

Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta semana, o analista de mercado Rafael Ribeiro, da Scot Consultoria, afirma que a tendência se mantém positiva e que o preço da saca, base Campinas, têm fôlego, inclusive, para alcançar os R$ 60,00 no curto e médio prazos. "Apesar de uma safra recorde, temos uma cenário de demanda bastante firme, além do câmbio, que mantém o cenário de preços muito firmes", diz Ribeiro. 

Veja mais:

>> Milho: Preços têm fôlego para alcançar os R$ 60 - base Campinas - no curto e médio prazos

Nesta sexta-feira (6), os dólar encerrou o dia com baixa de 0,36% e valendo R$ 4,6344, depois de acumular uma alta de 8,13% nos últimos 12 pregões. Somente nesta semana, os ganhos acumulados pela moeda americana são de 3,42%. E este tem sido um dos mais importantes pilares para a formação dos preços no Brasil, assim como acontece com a soja. 

"O dólar à vista finalmente quebrou uma série de 12 altas consecutivas e fechou em baixa moderada ante o real nesta sexta-feira, mas ainda assim acumulou a maior valorização semanal desde novembro do ano passado, depois de dias de forte tensão por causa do coronavírus e ampliada por questionamentos do mercado acerca do modus operandi de atuação do Banco Central no câmbio", explica a agência de notícias Reuters.

Leia mais:

>> Dólar à vista encerra série de 12 altas, mas salta 3,4% no acumulado de semana com forte tensão

Além disso, o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, explica ainda que "a soja em forte alta faz com que os produtores segurem as vendas do Milho e vendam a oleaginosa para fazer caixa neste começo de março, e esse movimento é mais um que segue dando fôlego ao milho, que 
mostra 50% da safra colhida". 

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, os preços caíram nesta sexta-feira, acompanhando a queda generalizada das commodities, liderada pelo petróleo, que perdeu mais de 8%. 

Leia mais:

>> Coronavírus pode custar mais de US$ 2 tri para economia global, diz Bloomberg. Petróleo despenca 8%

Além das questões macroeconômicas, as cotações do milho na Bolsa de Chicago são pressionadas ainda pela demanda fraca pelo cereal norte-americano. Em toda a temporada, as vendas externas dos EUA somam 26.642,1 milhões de toneladas no acumulado, contra mais de 40 milhões do ano comercial anterior. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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