Milho: Preços sobem mais de 2% no interior do BR e mais de 1% na B3 nesta 5ª feira

Publicado em 12/03/2020 17:52 e atualizado em 13/03/2020 00:23

Descolado dos demais mercados, inclusive dos futuros negociados na Bolsa de Chicago - que perderam mais de 1% somente nesta quinta-feira (12) - o mercado brasileiro de milho permanece bastante firme. O dólar muito alto frente ao real e seus próprios fundamentos permanecem como os principais pilares de suporte para as cotações do cereal. A moeda americana chegou a bater os R$ 5,00 pela primeira vez na história, mas amenizou os ganhos ao longo do dia e fechou com R$ 4,7986. 

Na B3, as cotações do milho encerraram o dia com altas de mais de 1% e o contrato março valendo R$ 57,50 por saca. O maio foi a R$ 52,35, o julho a R$ 47,30 e o setembro - que foi o único a recuar entre os contratos mais negociados - terminou a sessão nos R$ 45,20. 

Segundo explicam analistas e consultores de mercado, os preços mantêm seu suporte diante de estoques nacionais muito apertados, demanda muito forte e incertezas sobre a safrinha. O plantio da segunda safra de milho começa a apresentar atraso em algumas regiões e favorecem a formação dos valores no mercado nacional. 

E o cenário visto há algumas semanas de menos negócios sendo efetivados na exportação e mais no interior do Brasil continua. 

"O mercado segue com demanda mais localizada e menos na exportação, e os indicativos nos portos entre R$ 43,00 e R$ 44,00, talvez R$ 45,00, e isso chega nos mercados FOB do Sul, Sudeste e Centro-Oeste e, com isso, o milho chega nas indústria entre R$ 48,00 e R$ 50,00. Assim, há negócios pontuais apenas na demanda local e sem novos negócios para exportação", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Da mesma forma, o consultor lembra ainda que já há lavouras de safrinha sofrendo com a seca, principalmente em regiões onde o plantio aconteceu um pouco mais cedo. 

"Já há perdas em algumas regiões devido à seca, princpalmente no Paraná onde se plantou em janeiro e fevereiro", diz. Em Mato Grosso, o estado já vai concluindo o plantio e em condições normais, enquanto Mato Grosso do Sul e Goiás enfrentam algum atraso, com a semeadura se estendendo para um período onde os campos podem sofrer com adversidades climáticas. "Nesses estados estourou o período da safrinha ideal".

Nesta quinta-feira, algumas praças de comercialização registraram altas de mais de 2% nos indicativos do milho no Paraná e Mato Grosso, enquanto as cotações subiram mais de 1% no Mato Grosso do Sul e na Bahia. 

Em Castro, no estado paranaense, a referência fechou o dia com R$ 49,00 por saca. Base Campinas, o último preço desta quinta-feira foi de R$ 59,59. 

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, o mercado do milho fechou no vermelho. A pressão foi intensa e generalizada entre as commodities, que assim como índices e bolsas mundo a fora, recuaram fortemente diante das últimas notícias ligadas à pandemia de coronavírus. 

O maio terminou o dia na CBOT com US$ 3,69 e 9,50 pontos de baixa, enquanto o julho foi a US$ 3,65 e o julho a US$ 3,68, com perdas respectivas de 8,75 e 7,75 pontos. 

A maior preocupação ainda está aliada e sendo alimentada pelos efeitos que o vírus pode causar sobre a economia global. 

A produtividade mundial está parada, há um agravamento da crise na Europa e a decisão de Donald Trump de suspender vôos do continente europeu por 30 dias são situações que dispararam novos gatilhos para as despencadas desta quinta. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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