Milho: cotações voltam do feriado contabilizando novos recuos na B3

Publicado em 16/11/2021 17:12
Chicago também cai, mas esperança de demanda limita perdas

A terça-feira (16) chega ao final com os preços futuros do milho levemente mais baixos na Bolsa Brasileira (B3) nesta volta do feriado. 

O vencimento novembro/21 foi cotado à R$ 83,02 com queda de 0,43%, o janeiro/22 valeu R$ 85,03 com desvalorização de 1,01%, o março/22 foi negociado por R$ 85,75 com perda de 0,58% e o maio/22 teve valor de R$ 81,95 com baixa de 0,81%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, continuamos praticamente sem demanda interna no Brasil, com as grandes indústrias parando de comprar e apontando que restam apenas mais quatro semanas de trabalho para elas até o dia 15 de dezembro, quando elas fazem as manutenções normais de final de ano. 

“O mercado do milho, para quem tem milho para negociar, é corrida aos portos para buscar a exportação para conseguir liquidez. A safra de verão está com lavouras muito boas e promete ser acima de 30 milhões de toneladas com colheita já em janeiro e fevereiro com muito milho chegando”, diz Brandalizze. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também caiu. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou valorizações apenas no Porto Paranaguá/PR, mas verificou desvalorizações em Cascavel/PR, Tangará da Serra/MT, Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Amambai/MS, Itapetininga/SP e Campinas/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira 

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “as cotações do mercado físico do milho estão em tendência de queda nos últimos dias. Os motivos para isto são: a colheita do milho nos EUA que atingiu 91% da área semeada até a semana anterior, as chuvas com frequência e volume na maioria das regiões de plantio do milho brasileiro e a queda consecutiva do dólar”. 

Ainda nesta terça-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, o movimento de baixa continua sendo observado nos preços domésticos do milho. De 5 a 12 de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) recuou 4,46%, fechando a R$ 82,75/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 12.  

“Compradores seguem afastados do mercado spot nacional. Do lado vendedor, alguns analisam necessidade de “fazer caixa” e outros estão mais dispostos a negociar, visando liberar espaços em armazéns para a entrada da safra verão. Além disso, as exportações seguem desaquecidas e as estimativas divulgadas na semana passada pela Conab indicaram possível boa produtividade na safra 2021/22”.   

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) também teve uma terça-feira de recuos para os preços internacionais do milho futuro. 

O vencimento dezembro/21 foi cotado à US$ 5,71 com perda de 5,50 pontos, o março/22 valeu US$ 5,77 com baixa de 6,50 pontos, o maio/22 foi negociado por US$ 5,81 com desvalorização de 6,75 pontos e o julho/22 teve valor de US$ 5,82 com queda de 6,50 pontos. 

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última segunda-feira (15), de 0,87% para o dezembro/21, de 1,20% para o março/22, de x1,19xx% para o maio/22 e de 1,19 para o julho/22.  

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho seguiram os preços do trigo em queda nesta terça-feira, mas os declínios foram mantidos em xeque por sinais de forte demanda de exportação dos Estados Unidos. 

A publicação destaca que. uma chamada de vídeo na segunda-feira entre o presidente dos EUA Joe Biden e o líder chinês Xi Jinping estimulou esperanças de que o diálogo renovado poderia reforçar as compras chinesas. 

“O mercado suspeita que os importadores da China têm e farão compras pesadas dos EUA nesse contexto”, disse Tobin Gorey, diretor de estratégia agrícola do Commonwealth Bank of Australia. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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