1º pregão de 22 termina com milho valorizado na B3, mas limitado por paridade de importação

Publicado em 03/01/2022 16:51
Chicago perde força e cai em dia de apreensão no mercado

O primeiro pregão de 2022 termina com os preços futuros do milho registrando flutuações positivas na Bolsa Brasileira (B3) nesta segunda-feira (03).

O vencimento janeiro/22 foi cotado à R$ 91,17 com ganho de 2,67%, o março/22 valeu R$ 94,59 com elevação de 1,68%, o maio/22 foi negociado por R$ 89,40 com valorização de 2,98% e o julho/22 teve valor de R$ 87,70 com alta de 1,56%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado vai firme, com o comprador presente no mercado, mas ainda sem muitos negócios acontecendo porque os preços já estão perto do limite.

“Hoje se a indústria precisar importar esse milho chega aqui na faixa dos R$ 103,00 a saca, então já estamos perto do topo no Rio Grande do Sul. As melhores lavouras no Noroeste tem perdas de 35 a 40% e existem muitas lavouras com perdas médias de 60%, áreas que deveriam colher 150 sacas ficando com 60 70 sacas e é difícil algum produtor falar que está colhendo mais de 100 sacas por hectare”, aponta Brandalizze.

Ao longo de 2021, o Brasil acumulou um total de 20,4 milhões de toneladas de milho exportadas, conforme o relatório divulgado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em todo o ano passado, o país também acumulou importações de 3,2 milhões de milhões de toneladas.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou poucas mudanças neste início de semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Rio do Sul/SC. Já as valorizações apareceram em Panambi/RS, Ponta Grossa/PR e Amambai/MS.

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, a temporada brasileira 2021/22 de milho deve se iniciar com preços internos acima da média histórica.

Os pesquisadores do Cepea destacaram que, no primeiro semestre de 2022, os baixos estoques e a demanda firme podem limitar a possibilidade de quedas expressivas nas cotações, ao passo que, na segunda metade do ano, pode haver certa pressão sobre os valores, caso se consolidem as projeções de oferta de segunda safra elevada. 

“Por enquanto, as estimativas oficiais indicam produção e exportações recordes no Brasil e no mundo. No País, a Conab indica produção total de milho em 2021/22 de 117,18 milhões de toneladas, um recorde e 34% maior que a temporada 2020/21”, pontua a Conab.

Mercado Externo

Já a Bolsa de Chicago (CBOT) também começou a primeira segunda-feira do ano contabilizando movimentações altistas para os preços internacionais do milho, mas perdeu força ao longo do dia e encerrou o pregão inaugural de 2022 com recuos.

O vencimento março/22 foi cotado à US$ 5,89 com desvalorização de 4,00 pontos, o maio/22 valeu US$ 5,91 com perda de 4,00 pontos, o julho/22 foi negociado por US$ 5,89 com baixa de 3,75 pontos e o setembro/22 teve valor de US$ 5,62 com queda de 0,75 pontos.

Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (31), de 0,67% para o março/22, de 0,67% para o maio/22 e de 0,67% para o julho/22, além, de estabilidade para o setembro/22.

Segundo informações Agência Reuters, os preços futuros do milho foram puxados para baixo pelo trigo, que foi pressionado por um dólar norte-americano mais forte.
 
“O mercado hoje foi mais financeiro. Neste começo do ano o pessoal ainda está muito desconfiado com o fator Coronavírus que ainda afeta os mercados. As notícias que correrem lá fora, como esses navios de cruzeiro, aumento do Coronavírus e novos bloqueios, tudo isso afeta a economia global e também afetam o agro”, explica Brandalizze.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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