Futuros do milho despencam quase 12% no acumulado desta semana

Publicado em 12/01/2024 16:45
Chicago também caiu forte após números do USDA

A sexta-feira (12) chega ao final com os preços futuros do milho registrando novas e fortes desvalorizações na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram até 4,28%, flutuaram na faixa entre R$ 67,94 e R$ 68,15 e acumularam perdas de até 11,84% ao longo desta semana. 

O vencimento janeiro/24 foi cotado à R$ 67,94 com queda de 1,32%, o março/24 valeu R$ 68,15 com desvalorização de 4,28%, o maio/24 foi negociado por R$ 66,94 com baixa de 3,21% e o julho/24 teve valor de R$ 65,50 com perda de 2,69%. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram desvalorizações de 6,64% para o janeiro/24, de 11,84% para o março/24, de 11,33% para o maio/24 e de 9,72% para o julho/24, com relação ao fechamento da última sexta-feira (05). 

Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, destaca que após o Cepea reduzir seu indicador de preços na última sexta-feira (05), o mercado sofreu uma reviravolta e acumulando grandes perdas de posições. 

Outros pontos de pressão vieram da colheita da safra de verão avançando, especialmente nos estados do Sul, e da necessidade de os produtores abrirem espaço para a soja que estão começando a ser colhida diante de vendas ainda atrasadas de milho e soja. 

Rafael acredita que os preços do milho no Brasil ao longo de 2024 serão ditados pela paridade de exportação, que sofre influência da Bolsa de Chicago, que tem cenário negativo após os números divulgados hoje pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), e da relação cambial entre dólar e real, que tem tendência de baixa para a moeda americana diante dos cortes nas taxas de juros dos EUA. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve um último dia da semana negativo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou nenhuma valorização, mas percebeu desvalorizações nas praças de Sorriso/MT, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Itapetininga/SP, Campinas/SP e Porto de Santos/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

De acordo com a análise da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho apresentou uma semana de preços firmes nas principais praças de comercialização do Brasil. 

“O mercado brasileiro tem uma situação de preços bastante firmes diante de um enxugamento regional pelo ritmo das exportações e acelerado pela falta de posicionamento em estoques por parte do mercado consumidor interno”, relata a consultoria. 

Mercado Externo 

Na Bolsa de Chicago (CBOT) o último pregão da semana também foi bastante negativo para os preços internacionais do milho futuro, que encerraram a segunda semana de 2024 acumulando desvalorizações de até 3,11%. 

O vencimento março/24 foi cotado à US$ 4,47 com baixa de 10,75 pontos, o maio/24 valeu US$ 4,59 com desvalorização de 10,75 pontos, o julho/24 foi negociado por US$ 4,68 com perda de 10,75 pontos e o setembro/24 teve valor de US$ 4,74 com queda de 8,75 pontos. 

Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (11), de 2,19% para o março/24, de 2,13% para o maio/24, de 2,30% para o julho/24 e de 1,86 para o setembro/24. 

No acumulado semanal, os contratos do cereal norte-americano registraram desvalorizações de 2,83% para o março/24, de 2,96% para o maio/24, de 3,11% para o julhoq24 e de 2,47% para o setembro/24, com relação ao fechamento da última sexta-feira (05). 

Segundo informações da Agrinvest, os futuros de grãos tiveram quedas generalizadas na Bolsa de Chicago após a divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA, trazendo forte pressão de baixa para as commodities agrícolas. 

“Como era esperado, o USDA trouxe corte na produção brasileira de soja e milho, mas elevou a produção de soja e milho dos EUA, assim como a produção de milho na China, fazendo os estoques finais do cereal saltarem e jogarem os futuros para baixo”, relata a consultoria. 

Os analistas da Agrinvest ainda acrescentam que, “o mercado não esperava uma elevação tão grande nos estoques finais americanos de milho e soja, em um momento em que a demanda da China está sendo questionada”. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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