Milho: Lucratividade surpreende produtores do Piauí

Publicado em 14/06/2011 08:08
Enquanto os principais estados que cultivam o milho safrinha se preocupam com o desenvolvimento da cultura diante das intempéries climáticas, os produtores do Nordeste brasileiro comemoram produtividade e lucro recordes com o cereal. Esse é o caso de Leivandro Fritzen, de Bom Jesus (Piauí). Após colher 50% dos 1,4 mil hectares plantados com o grão, ele conta que o rendimento médio está em 190 sacas (60 quilos) por hectare. O número é superior à média registrada com o milho de verão do Paraná, que rendeu cerca de 130 sacas por hectare no ciclo 2010/11, conforme a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abaste­cimento (Seab).

Além da produtividade excepcional, a receita líquida com o milho deve ser a mais alta de todos os tempos na considerada nova fronteira agrícola do país. “Calculo que vou alcançar R$ 3 mil por hectare de lucro. Esse valor nunca foi obtido com grãos. Só o algodão pode dar mais”, avalia Fritzen. Com 30% da produção vendida, o agricultor conta que o mercado paga atualmente R$ 28 por saca na região. A boa oferta mantém as expectativas otimistas, mas não gera muito volume de negócios. “Pretendo levar uma parte da produção para o segundo semestre, quando geralmente há forte demanda das granjas locais, o que impulsiona os preços”.

Diferentemente do Sul e Centro-Oeste, a safrinha do Nordeste está com a colheita na reta final. Isso porque a janela de clima com chuvas é muito estreita na região, que tem somente duas estações no ano: inverno e verão. Como a última chuva caiu há mais de 20 dias, Fritzen diz que os trabalhos de retirada do grão do campo estão intensos. “Estou colhendo 24 horas para ver se termino antes do fim do mês. Já percebi que em algumas áreas o rendimento caiu por causa da seca”, revela.

Paraná

Maior produtor nacional de milho, os agricultores paranaenses também vislumbram boas margens de renda neste ano. Levantamento da consultoria curitibana Intertrading projeta lucro de R$ 5 por saca de milho, considerando preço médio de R$ 23 por saca e custo total a R$ 18, que inclui depreciação de máquinas, instalações, seguro e mão-de-obra, além de custeio. Atualmente o valor médio do cereal no Paraná é 70% mais alto se comparado à junho de 2010, quando o preço da saca valia cerca de R$ 14, segundo a Seab.

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Fonte: Gazeta do Povo

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