Caixa libera R$ 2,1 bi no 2º tri para pré-custeio agrícola

Publicado em 14/04/2015 14:31

SÃO PAULO (Reuters) - A Caixa Econômica Federal disponibilizou 2,1 bilhões de reais para o segundo trimestre de 2015 para a linha de crédito rural Custeio Antecipado, com antecipação dos limites da próxima safra e a manutenção da taxa de juros atuais, informou o banco nesta terça-feira.

A medida ocorre após reclamação de representantes do setor produtivo sobre um represamento nas linhas de pré-custeio.

As vendas antecipadas de fertilizantes e defensivos para a safra 2015/16 de soja do país estão sendo prejudicadas no Centro-Oeste pela falta de liberação de crédito.

"O financiamento oferece ao produtor rural a possibilidade de obter recursos para o custeio de suas lavouras até 270 dias antes do início do plantio, podendo comprar os insumos que precisa bem antes da hora", disse a Caixa, em nota.

A linha está disponível para culturas como soja, milho, arroz, trigo, feijão e sorgo.

Para o ano-safra 2014/15, que termina em junho, o banco projeta atingir mais de 6 bilhões de reais em financiamento de custeio, investimento e comercialização para produtores rurais, agroindústrias e cooperativas.

A carteira de crédito rural da Caixa ultrapassou 5,6 bilhões de reais de saldo em operações ativas, informou o banco.

Há alguns anos a Caixa passou a atuar com mais força no setor de crédito rural, tradicionalmente dominado pelo Banco do Brasil.

No fim de março, o Banco do Brasil indicou à Reuters que estava sendo cuidadoso na concessão de crédito para a próxima safra.

"Em relação à estratégia de antecipação de recursos do próximo ciclo, que se inicia em 1 de julho, o banco avalia as condições de mercado, demanda e conveniência para atuação", afirmou o banco em comunicado, na época.

Produtores rurais e empresas do setor também aguardam detalhes do Plano Safra da safra 2015/16.

O governo já sinalizou para juros mais elevados.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse em uma feira agrícola no interior de Goiás que as linhas de financiamento da nova temporada serão ofertadas em condições condizentes com o ajuste fiscal, com menos subsídio por parte do Tesouro Nacional.

"Estamos no meio de um período de ajuste e reequilíbrio muito importante para criar base para voltarmos a crescer e vários setores estão sendo afetados. O setor da agroindústria é menos afetado. Mas é muito importante realismo de preços e realismo nos juros", disse o ministro.

(Por Gustavo Bonato)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Decisão do STF sobre marco temporal pode travar investimentos no campo e acirrar conflitos, avalia advogada
Comissão de Finanças aprova acesso de cooperativas aos fundos de desenvolvimento regional
CRA aprova avaliação do Programa Nacional de Reforma Agrária
Morosidade na análise de moléculas leva Comissão de Agricultura a cobrar posicionamento do Mapa
Mudança na tributação do arrendamento rural avança na Câmara
Sob relatoria de Lupion, CAPADR aprova novo marco para renegociação de dívidas rurais