Em VEJA: BC russo falha em conter máxi; Petróleo desaba ainda mais; dólar e juros sobem no Brasil

Publicado em 16/12/2014 10:52
em veja.com e reuters

BC russo falha em conter máxi; dólar, juros sobem no Brasil

A Rússia está no meio de uma maxidesvalorização cambial de consequências imprevisíveis. O dólar já subiu 135% contra o rublo este ano.

Ontem, a moeda americana havia subido para 64 rublos, um recorde na história da moeda russa.

Alarmado, o Banco Central russo deu a clássica ‘porrada’ na taxa de juros, que foi de 10,5% para 17%. O anúncio foi feito por volta de uma da manhã, hora de Moscou.

Apertos monetários assim geralmente ganham tempo para economias em crise cambial e, com efeito, na primeira hora o rublo chegou a se valorizar 10,8%.

Mas horas depois, a moeda já tinha ‘virado a mão’ e acentuado sua queda para atingir um novo recorde: 77 rublos por dólar.

Para piorar as coisas, o petróleo — a principal fonte de financiamento russo — continua caindo em Londres. Por volta de 10 horas da manhã no Brasil, o Brent caía 2,8%.

A repercussão do colapso russo para o o Brasil já começou.

Até ontem, tudo o que se discutia no mercado de juros na BM&F Bovespa era se a próxima alta da Selic seria de 0,25% ou 0,50 ponto percentual. Depois da ação do BC russo, a curva do DI agora projeta uma alta de 0,75 ponto percentual da Selic na próxima reunião do COPOM. A Selic projetada para o fim de 2015 agora é de 13,5%.

Neste cenário, o dólar ultrapassou com convicção os 2,70 e agora negocia a 2,74.

“Em momentos como esse, primeiro você tem um movimento técnico: os juros refletem os títulos que já estão no mercado e, quando você tem venda desses papéis, eles passam a negociar a uma taxa maior,” diz um investidor. “Depois, você tem o fundamento do juro estar subindo nos países mais vulneráveis, como a Rússia e a Turquia. Eles sobem o juro para segurar capital e se tornar mais atrativos. Passa a ser uma competição de apertos monetários.”

Por Geraldo Samor

 

 

Câmbio

Dólar sobe pela 5ª sessão seguida e encosta nos R$ 2,74

Moeda americana é impulsionada pela desvalorização do rublo, que reforça temores de que bancos centrais de emergentes apertem políticas monetárias

Dólar disparou e atingiu R$ 2,74 nesta manhã, em alta de 2,13% (Divulgação/VEJA)

O dólar opera em alta pelo quinto dia consecutivo nesta terça-feira e, na máxima, chegou a encostar nos 2,74 reais, em alta de 2,13%. Por volta das 10h40, no entanto, o avanço da moeda americana desacelerou para 1,52%, a 2,72 reais. Não bastasse a desconfiança no front doméstico trazida por denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, o tom pessimista é fortalecido pela queda do preço do petróleo e pela desvalorização do rublo, com mínimas históricas. 

A retração da moeda russa ocorre mesmo após o BC do país elevar o juro do país em 6,5 pontos percentuais, para 17%, em uma tentativa emergencial de conter a queda livre da divisa. Com isso, aumentam os temores de que outros mercados emergentes possam forçar seus bancos centrais a apertar as políticas monetárias para frear a queda de suas moedas.

Também na manhã desta terça-feira, a Rússia informou que vai manter o atual nível de produção de petróleo em 2015 e concorda com a avaliação de integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de que os mercados da commodity vão se corrigir por conta própria, afirmou hoje o ministro de Energia do país, Alexander Novak.

Nesta terça-feira, o preço do petróleo WTI para janeiro operava em queda de mais de 2%, a 54,44 dólares por barril, na Bolsa de Nova York, menor nível em mais de cinco anos. 

(Com Estadão Conteúdo)

 

Na Reuters:Operadores russos veem sombras de 1998 à medida que rublo despenca

Por Alexander Winning e Vladimir Abramov

MOSCOU (Reuters) - O rublo despencava fortemente pelo segundo dia seguindo nesta terça-feira e registrava sua pior queda desde a crise financeira da Rússia em 1998, à medida que a confiança no banco central evaporava após uma ineficaz elevação da taxa de juros.

O rublo começou a ser negociado cerca de 10 por cento mais forte ante o dólar após o banco central russo elevar os juros em 6,5 pontos percentuais, mas reverteu ganhos e caiu a mínimas recordes, levando a desvalorização ante o dólar neste ano para mais de 50 por cento.

Às 10h45 (horário de Brasília), o rublo caía quase 17 por cento ante o dólar, a 77,30 rublos por dólar, depois de atingir mínimas de 80 rublos por dólar e 100 rublos por euro.

O rublo era pressionado ante o dólar e o euro pela queda nos preços do petróleo, crescente pânico no mercado e pelas sanções ocidentais devido à Ucrânia.

O índice acionário russo denominado em dólares RTS em um momento chegou a cair 15 por cento, ampliando perdas da segunda-feira. Os bônus soberanos da Rússia em dólares caíram e as taxas de mercados monetários saltaram.

O presidente Vladimir Putin culpou especuladores e o Ocidente pelas quedas no preços do petróleo e do rublo. Um rublo fraco representa um enorme teste para Putin, já que isso impulsiona a inflação. A popularidade do presidente depende em parte de sua reputação por garantir prosperidade e estabilidade.

"O banco central (russo) terá grandes dificuldades para estabilizar o rublo enquanto continuarem as fortes vendas generalizadas de petróleo", disse o economista do Danske Bank Vladimir Miklashevsky, em nota.

A queda do rublo também reflete a decrescente confiança no BC russo, cuja presidente, Elvira Nabiullina, parece agora sem poderes para interromper o recuo da moeda. O mercado ignorou os comentários dela na TV de que o rublo estava subvalorizado na terça-feira.

O BC já gastou cerca de 80 bilhões de dólares para defender o rublo neste ano até agora. O país ainda tem cerca de 416 bilhões de dólares em reservas internacionais.

Em 1998, o rublo sofreu um colapso em questão de dias, forçando a Rússia a declarar moratória de sua dívida. Embora as finanças públicas e as reservas internacionais sejam muito mais saudáveis agora do que em 1998, analistas dizem que o país está à beira de uma crise total do câmbio.

 

 

Surge o Eletrolão

Próximo escândalo?

Depois do Mensalão e do Petrolão, o temor do governo agora é o surgimento de um Eletrolão, com encrencas heterodoxas na área elétrica.

Por Lauro Jardim

 

Parceiros proibidos

Empreiteiras da Lava-Jato vetadas

Comentário de um dirigente do BNDES para uma empresa do setor elétrico em vias de receber um financiamento de longo prazo:

- Ok, está tudo bem, mas não me venha com parceiro que esteja na Lava-Jato.

Como se sabe, os grandes empreendimentos de energia necessitam de uma empreiteira.

Por Lauro Jardim

Fonte: Veja.com e Reuters

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