Na Veja: FMI sinaliza que pode rejeitar acordo grego se não houver alívio na dívida

Publicado em 15/07/2015 07:27

Um estudo sigiloso do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostrou que a Grécia precisa de um alívio muito maior da dívida do que os governos europeus parecem dispostos a oferecer. O alerta do FMI vazou no momento em que o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, tenta convencer parlamentares esquerdistas insatisfeitos a votarem a favor do pacote de austeridade e reformas econômicas liberais para garantir novo resgate.

Segundo o estudo Análise de Sustentabilidade da Dívida, os países europeus teriam de dar à Grécia um período de carência de 30 anos sobre o serviço de todas as suas dívidas, incluindo novos empréstimos, e uma dramática prorrogação dos vencimentos - ou então terão de fazer transferências anuais ao orçamento grego e aceitar "fortes cortes antecipados" em empréstimos existentes.

Assumindo que Atenas cumpra sua parte do acordo esta semana, aprovando uma série de medidas dolorosas, o Parlamento alemão deve se reunir em sessão especial na sexta-feira para debater se autoriza o governo a abrir novas negociações. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, deixou claro nesta terça-feira que alguns membros do governo acham que faria mais sentido Atenas deixar a zona do euro temporariamente.

"A deterioração dramática da sustentabilidade da dívida indica a necessidade de alívio de dívida em uma escala que precisaria ir muito além do que tem estado sob consideração até agora, e o que foi proposto pelo ESM", informou o FMI, em referência ao Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira. Uma fonte da UE disse que ministros das Finanças e líderes da zona do euro estavam cientes dos números confidenciais do FMI quando concordaram na segunda-feira com o mapa do caminho para o terceiro resgate.

Leia a notícia na íntegra no site Veja.com

No G1: Parlamento grego decide nesta quarta se aceita exigência de credores
 
O novo pacote de ajuda grega, além de não conter qualquer tipo de perdão de dívidas, impõe duras condições a Atenas que incluem o compromisso de levantar um fundo com ativos gregos no equivalente a R$ 170 bilhões, além de medidas de austeridade que não apenas o governo grego tinha prometido não adotar, mas que também foram recusadas por 61% dos gregos em um plebiscito realizado há duas semanas.

A presidente do Parlamento da Grécia, falando em sua condição de parlamentar do partido governista, pediu nesta quarta-feira que a Casa de 300 assentos não aprove o pacote de medidas de austeridade exigido pelos credores do país em troca de um terceiro resgate.

"Este Parlamento não pode aceitar a chantagem dos credores", disse Zoe Constantopoulou, uma integrante proeminente do partido Syriza, antes da crucial votação ainda nesta quarta-feira.

"Com total conhecimento de como as circunstâncias são cruciais... acho que é dever do Parlamento não deixar que essa chantagem se materialize."
 
Leia a notícia na íntegra no site do G1.
 

Na Reuters

Vice-ministra grega das Finanças renuncia por conta do acordo de resgate

ATENAS (Reuters) - Uma das duas pessoas com o cargo de vice-ministro das Finanças da Grécia renunciou nesta quarta-feira, antes da votação crucial sobre reformas exigidas pelos credores do país em troca do terceiro resgate.

Em carta ao primeiro-ministro, Alexis Tsipras, tornada pública pelo Ministério das Finanças, a vice-ministra da pasta Nadia Valani, responsável por cobrança de impostos e supervisão de privatizações, disse que não podia mais fazer parte do gabinete.

"... É imposível continuar a ser integrante do governo", disse Valavani na carta, explicando que as medidas de austeridade exigidas pelo terceiro programa de resgate colocarão o país em uma trajetória agonizante.

(Por George Georgiopoulos e Costas Pitas)

Comissão da UE propõe empréstimo-ponte de 7 bi de euros para a Grécia em julho

BRUXELAS (Reuters) - A Comissão Europeia está propondo conceder um empréstimo-ponte de 7 bilhões de euros à Grécia para cobrir as necessidades de financiamento do país em julho usando o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (EFSM, na sigla em inglês), de acordo com documento do Executivo da UE.

A proposta, vista pela Reuters, diz que o empréstimo-ponte terá um vencimento máximo de três meses e será pago ao EFSM com dinheiro que a Grécia irá receber do fundo de resgate da zona do euro, o Mecanismo Europeu de Estabilização (ESM), na conclusão das negociações, um resgate de três anos e 86 bilhões de euros.

A proposta de usar o EFSM para o empréstimo-ponte é controversa porque a Grã-Bretanha e a República Tcheca se opõem fortemente a isso.

Diferente do ESM, que é um fundo da zona do euro, o EFSM é um fundo da União Europeia, com orçamento da UE e portanto desembolsos dele precisam da aprovação de todos os 28 países do bloco, e não apenas dos 19 da zona do euro.

Mas decisões no EFSM são tomadas por maioria qualificada, o que significa que se 16 países que representam 65 por cento da população da UE aceitarem o desembolso, seus oponentes como Grã-Bretanha ou República Tcheca podem ser superados.

Segundo a proposta da Comissão, a Grécia receberá os 7 bilhões de uma vez, permitindo ao país pagar seus bônus detidos pelo Banco Central Europeu na segunda-feira e suas obrigações vencidas ao Fundo Monetário Internacional.

(Reportagem de Jan Strupczewski)

Ministro das Finanças grego diz que muitas das medidas em resgate serão recessionárias

ATENAS (Reuters) - Muitas das medidas no acordo fechado com os credores da Grécia terão efeito recessionário mas remover a perspectiva de saída do país da zona do euro vai ajudar a compensar o impacto e trazer investimentos, disse nesta quarta-feira o ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos.

"É um acordo difícil, um acordo que só o tempo irá mostrar se é economicamente viável", disse ele a parlamentares antes de uma votação crucial sobre o pacote ainda nesta quarta-feira.

(Reportagem de Lefteris Karagiannopoulos e George Georgiopoulos)

Fonte: Veja.com + G1 + Reuters

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