Dólar cede ante real após debate nos EUA e Relatório de Inflação

Publicado em 27/09/2016 10:57

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda ante o real nesta terça-feira, depois que a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton, saiu vitoriosa do debate contra o rival republicano Donald Trump, na véspera.

"O resultado do debate é a principal justificativa para o dólar estar caindo ante o real hoje, mas o Relatório de Inflação também contribuiu", comentou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.

Às 10:53, o dólar recuava 0,35 por cento, a 3,2361 reais na venda. Na mínima do dia, o dólar marcou 3,2192 reais e, na máxima, 3,2475 reais.

O recuo da moeda, no entanto, foi perdendo força ao longo do pregão, com a atuação dos importadores na compra.

"Foi o importador que trouxe o dólar da mínima para o nível de 3,24 reais, aproveitando os preços", comentou o diretor da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

Pesquisa da emissora CNN após o confronto nos Estados Unidos constatou que Hillary se saiu melhor para 62 por cento das pessoas consultadas. Apenas 27 por cento consideraram que Trump foi o melhor no debate.

O peso mexicano, por sua vez, se fortaleceu ante o dólar depois do debate, uma vez que Trump tem uma postura rígida em relação à imigração ilegal e propôs a construção de um muro ao longo da fronteira sul com o México.

Internamente, o Relatório Trimestral de Inflação também contribuiu para o recuo do dólar ante o real, uma vez que o documento sinalizou que a inflação está convergindo para a meta de 4,5 por cento e que o Banco Central, assim, pode fazer um corte na taxa Selic já no encontro de outubro.

Mesmo reduzindo a taxa básica do país, atualmente em 14,25 por cento ao ano, o Brasil seguirá atrativo ao investidor estrangeiro.

"Mesmo o Relatório de Inflação reforçando as apostas de corte de juros, o Brasil deve atrair fluxo de recursos para a renda fixa --com investidores ainda aproveitando as taxas elevadas-- e também para a Bolsa, já que país está se fortalecendo", comentou Spyer. "Além disso, a Turquia foi rebaixada pela Moody's e muitos investidores podem trocar de país, saindo de lá e vindo para cá."

No sábado, a agência de classificação de risco Moody's cortou a nota de crédito soberano da Turquia para o nível especulativo, citando preocupações sobre o Estado de direito após uma tentativa de golpe, os riscos de financiamento externo e desaceleração da economia.

(Por Claudia Violante)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde