Temer admite que fatores políticos prejudicaram confiança no país em novembro

Publicado em 02/12/2016 06:21

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Michel Temer reconheceu nesta quinta-feira, durante evento em São Paulo, que "embates" entre setores governamentais e a opinião pública em relação a algumas medidas polêmicas criaram instabilidade e abalaram a confiança no país no mês passado.

Ao falar em seminário patrocinado pelo JPMorgan Chase&Co, Temer citou especificamente a tentativa da Câmara dos Deputados de aprovar a anistia para o caixa dois e outros delitos correlatos, e o dispositivo responsabilizando membros do Ministério Público e do Judiciário por crime de abuso de autoridade.

"Esses fatos todos e outros que estão ocorrendo criaram uma certa instabilidade e toda vez que há instabilidade o investidor, é claro, com muita razão, põe o pé atrás, fica esperando para verificar quais são os acontecimentos", disse Temer, acrescentando que tanto o Congresso como o Executivo tem que levar em conta a opinião pública.

Apesar dessas questões, Temer ressaltou o apoio "estupendo" do Congresso para as medidas econômicas propostas pelo Executivo, como a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos em dois turnos na Câmara e em primeiro turno no Senado.

"É preciso que caminhemos mais. E o caminhar mais significa o que faremos na próxima semana, quando remeteremos ao Congresso Nacional uma PEC que visa a readequar a Previdência Social no nosso país."

Temer disse que a prioridade do governo é tirar o país da recessão. "Precisamos colocar a casa em ordem, mas precisamos atender alguns pressupostos, e o primeiro deles é tirar o país da recessão", disse.

A recessão brasileira aprofundou-se no terceiro trimestre deste ano, com destaque para a forte queda dos investimentos e consumo, quadro que dificulta ainda mais a recuperação da atividade esperada para 2017.

(Reportagem de Laís Martins)

Fonte: Reuters

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