"Usem máscaras e não prendam as pessoas em casa", ensina médico de Wuhan (onde tudo começou)

Publicado em 13/04/2020 21:02 e atualizado em 14/04/2020 10:48
Pesquisador sugere que se promova o uso de máscaras entre as pessoas e pare de colocar em quarentena os pacientes em casa (por Xinhua)

Wuhan, 13 abr (Xinhua) -- O diretor de um hospital que recebeu pacientes da COVID-19 em Wuhan, centro da China, sugeriu que Nova York promovesse o uso de máscaras entre as pessoas e parasse de colocar em quarentena os pacientes em casa.

Respondendo a uma pergunta sobre o número mais alto de infecções em Nova York do que em Wuhan, Wang Xinghuan, chefe do Hospital Leishenshan (Montanha de Deus de Trovão) de Wuhan, defendeu o uso das máscaras faciais.

Citando como exemplo o Hospital Zhongnan da Universidade de Wuhan, onde ele também é diretor, Wang disse que alguns médicos em departamentos de tratamento não-COVID-19 contraíram o novo coronavírus no estágio inicial do surto, e que nenhum deles estava usando as máscaras.

"Nenhum dos que usavam máscaras durante o contato com os pacientes foi infectado, então estamos certos sobre a eficácia das máscaras", disse Wang a um grupo de jornalistas no final de semana.

O diretor também aconselhou que não se peça aos pacientes com sintomas leves que se isolem em casa, onde podem passar a infecção para mais familiares.

"Naqueles primeiros dias, houve muitos casos em que um paciente infectou uma família inteira de três, cinco ou seis pessoas em Wuhan. Esta é uma lição importante", disse ele.

Depois de perceber esse problema, Wuhan converteu mais tarde as instalações públicas, incluindo ginásios e centros de exposições, em 16 hospitais temporários que ajudaram os pacientes em quarentena com sintomas leves, que Wang descreveu como uma história de sucesso.

"Se a transmissão não for cortada, então é natural que as infecções aumentem", disse Wang. "Para conter uma epidemia, pelo menos um dos três fatores deve ser completamente controlado: a fonte da infecção, a rota de transmissão e a população suscetível."

Wuhan construiu dois hospitais do zero - Huoshenshan e Leishenshan - dentro de duas semanas entre o final de janeiro e início de fevereiro para tratar de pacientes da COVID-19 depois que os hospitais locais ficaram sobrecarregados.

Agencia chinesa relata 108 novos casos confirmados de COVID-19, em nova onda de contaminação

Beijing, 13 abr (Xinhua) -- A autoridade sanitária chinesa divulgou na segunda-feira que recebeu relatos de 108 novos casos confirmados de COVID-19 no continente chinês no domingo, dos quais 98 são importados.

Dez novas transmissões locais foram notificadas, incluindo sete na Província de Heilongjiang e três na Província de Guangdong, informou a Comissão Nacional da Saúde (CNS) em seu relatório diário.

Duas mortes, ambas na Província de Hubei, e seis novas suspeitas, todas importadas, foram informadas no continente chinês.

Segundo a comissão, 88 pessoas tiveram alta hospitalar após a recuperação no domingo, enquanto o número de casos graves diminuiu em 18 ficando em 121.

Até domingo, a parte continental tinha notificado um total de 1.378 casos importados. Entre eles, 511 tiveram alta hospitalar após recuperação e 867 estavam em tratamento com 38 em estado grave, informou a comissão.

O total de casos confirmados no continente havia atingido 82.160 até domingo, incluindo 1.156 pacientes que ainda estavam em tratamento, 77.663 pessoas que tiveram alta após a recuperação e 3.341 pessoas que morreram da doença.

A comissão informou que 72 pessoas ainda estavam sob suspeita de infecção pelo vírus, todas vindas do exterior.

A CNS acrescentou que 9.655 contatos próximos ainda estavam sob observação médica e 1.092 pessoas receberam alta no domingo.

Também no domingo, 61 novos casos assintomáticos, incluindo 12 do exterior, foram notificados no continente. Um total de 28 casos assintomáticos, todos importados, foram recategorizados como confirmados, e 55 foram liberados da observação médica, incluindo nove casos importados, segundo a comissão.

A comissão disse que 1.064 casos assintomáticos, incluindo 307 do exterior, ainda estavam sob observação médica.

Até o domingo, 1.004 casos confirmados, incluindo quatro mortes haviam sido notificados na Região Administrativa Especial (RAE) de Hong Kong, 45 casos confirmados na RAE de Macau e 385 em Taiwan, incluindo seis mortes.

Um total de 360 pacientes em Hong Kong, 13 em Macau e 109 em Taiwan teve alta hospitalar após a recuperação.

China intensifica saneamento ambiental em meio à epidemiaUm veículo de comunicação de emergência está no local de construção de um hospital temporário em Suifenhe, na Província de Heilongjiang, nordeste da China, em 10 de abril de 2020. A cidade de Suifenhe, na fronteira China-Rússia na Província de Heilongjiang, nordeste da China, está construíndo um hospital temporário em meio ao aumento de casos importados de infecção pelo novo coronavírus. O hospital está sendo transformado de um prédio comercial e pode fornecer 600 leitos. (Xinhua/Dong Baosen)

Beijing, 13 abr (Xinhua) -- A China intensificou os esforços para melhorar o saneamento, como parte do esforço do país para controlar a doença do novo coronavírus (COVID-19), informou no domingo Mao Qun'an, chefe do departamento de planejamento da Comissão Nacional de Saúde, em uma entrevista coletiva.

Desde 1989, a campanha nacional de saúde patriótica de um mês é lançada em abril de cada ano, disse Mao.

Destacando a melhora do saneamento de locais importantes, incluindo empresas, instituições públicas, condomínios, estações de transporte público e portos, Mao pediu a reparação de elos fracos no saneamento de bairros antigos, mercados de agricultores e áreas suburbanas.

Mao também exigiu medidas direcionadas para prevenir epidemias conforme as características em diferentes partes do país.

Fonte: Xinhua (estatal chinesa)

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