Manifestantes radicais vestidos de preto voltam à Paulista e fazem depredação contra Bolsonaro

Publicado em 31/05/2020 16:36 e atualizado em 31/05/2020 19:25

Um grupo de manifestantes dizendo pró-democracia, vestidos de pretos e usando máscaras, provocou disturbios e depredação na tarde deste domingo na Avenida Paulista, em São Paulo. "Black-bloks" à frente, os radicais expulsaram manifestantes pró-Bolsonaro --  muitos grupos familiares -- que acabaram se transformando em presa fácil para os ativistas.

A reportagem do Estadão diz que a organização é formada grupos antifascistas ligados a torcidas organizadas de futebol (Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos), em conjunto com movimentos sociais. Em caminhada pela avenida, esse grupo, com os radicais de preto à frente, entrou em confronto com manifestantes pró-bolsonaro, que vestiam verde-amarelo e portavam bandeiras do Brasil. Com o confronto, o batalhão de choque foi acionado, separando os grupos. (veja abaixo)...

Ato na Avenida Paulista foi dispersado após pedras jogadas em policiais, diz PM

O secretário-executivo da Polícia Militar de São Paulo, Coronel Álvaro Batista Camilo, afirmou há pouco à Globonews que a dispersão, por parte da tropa, do ato pró-democracia no vão livre do Masp, Avenida Paulista, na tarde deste domingo ocorreu após pedras serem jogadas contra policiais. Ele defendeu que a operação está sendo realizada para evitar confrontos entre esses manifestantes e o grupo pró-governo, que se concentra a poucos metros, em frente à Fiesp.

"(Os manifestantes) Partiram para um radicalismo muito forte, ao confronto com a polícia. Não é o que geralmente acontece", disse o coronel.

Ele ressaltou, contudo, que não é possível saber de que lado vieram as pedras - dos manifestantes antigoverno ou dos favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro. "Vimos animosidades dos 2 grupos (pró e antigoverno) na Avenida Paulista", disse. "E o Choque (Batalhão de Choque da PM) está lá exatamente por isso, para evitar que eles se confrontem ainda mais."

Coronel Camilo defendeu ainda que a Polícia Militar de São Paulo não defende "partido nem grupos ideológicos" e que, por orientação inclusive do governador João Doria (PSDB), deve defender a democracia e a liberdade de expressão.

O Coronel Álvaro Batista Camilo, disse à CNN que “a polícia filma tudo, estamos filmando isso também. Vamos passar para a Justiça e o Ministério Público para que se apure. Provavelmente seja o pessoal ligado ao neonazismo que acabou começando, levando a esse tumulto”, afirmou.

São Paulo registra panelaços contra o governo Bolsonaro

Enquanto manifestantes antigoverno Jair Bolsonaro entram em confronto com a Polícia Militar na Avenida Paulista, panelaços e protestos contra o presidente ocorreram em alguns bairros de São Paulo.

Nas redes sociais há registros de gritos e panelaços nos bairros da Bela Vista, Santa Cecília, República, Perdizes, Vila Buarque, Pinheiros e Consolação. Críticos do presidente gritam "fora, Bolsonaro" e se referem ao presidente da República como "fascista".

(Comentário: Hoje a extrema-imprensa nos ensinou que camisa-preta, gritos de porrada, bomba na polícia, e agressão a opositor é democracia. Já camisa com as cores da pátria, pedidos por lei e ordem, e manifestação pacífica é coisa de totalitário. Entenderam?... Fonte: Leandro Ruschel).

Depois de Celso de Mello citar Hitler, Gilmar Mendes pede 'ponderação e cuidado'

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, pediu 'ponderação e cuidado' em meio a um dia de protestos pró-democracia em São Paulo e mensagens do colega de Corte, decano Celso de Mello, que comparam o Brasil à Alemanha de Hitler.

"A gente não deve acender fósforo para saber se existe gasolina no tanque", disse Gilmar. "O momento recomenda ponderação e cuidado para todos".

Durante o final da manhã e início da tarde deste domingo, 31, um grupo de pessoas vestidas de preto pediam a saída do presidente Jair Bolsonaro aos gritos de 'democracia' na frente do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Em outro ponto, próximo à Fiesp, manifestantes a favor do governo chamavam o governador João Doria de 'genocida' e pediam 'socorro' às Forças Armadas.

Um confronto entre os dois grupos ocorreu e levou à ação da Tropa de Choque da Polícia Militar, que disparou bombas de gás lacrimogênio contra os manifestantes radicais "pró-democracia". A rede CNN Brasil exibiu imagens que mostram que a briga foi provocada por um manifestante que portava bandeira de cunho neonazista.

O conflito entre o grupo contrário ao governo e a Polícia Militar durou quase uma hora. Os manifestantes pró-Bolsonaro permaneceram na Paulista, cercados pela tropa regular da PM.

Nazismo 

Mais cedo, o ministro Celso de Mello, do Supremo, comparou o Brasil à Alemanha nazista em mensagens enviadas reservadamente a interlocutores pelo WhatsApp.

O decano afirmou que bolsonaristas 'odeiam a democracia' e pretendem instaurar uma 'desprezível e abjeta ditadura' no País. 

"GUARDADAS as devidas proporções, O 'OVO DA SERPENTE', à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933), PARECE estar prestes a eclodir NO BRASIL!", escreveu o decano do STF, usando letras maiúsculas e exclamações para enfatizar trechos do comentário.

"É PRECISO RESISTIR À DESTRUIÇÃO DA ORDEM DEMOCRÁTICA, PARA EVITAR O QUE OCORREU NA REPÚBLICA DE WEIMAR QUANDO HITLER, após eleito por voto popular e posteriormente nomeado pelo Presidente Paul von Hindenburg, em 30/01/1933, COMO CHANCELER (Primeiro Ministro) DA ALEMANHA ("REICHSKANZLER"), NÃO HESITOU EM ROMPER E EM NULIFICAR A PROGRESSISTA, DEMOCRÁTICA E INOVADORA CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR, de 11/08/191, impondo ao País um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição , em março de 1933 , da LEI (nazista) DE CONCESSÃO DE PLENOS PODERES (ou LEI HABILITANTE) que lhe permitiu legislar SEM a intervenção do Parlamento germânico!!!! "INTERVENÇÃO MILITAR", como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, NADA MAIS SIGNIFICA, na NOVILÍNGUA bolsonarista, SENÃO A INSTAURAÇÃO , no Brasil, DE UMA DESPREZÍVEL E ABJETA DITADURA MILITAR!!!!", completou Celso de Mello.

(Celso de Mello aposenta-se compulsoriamente do Supremo em novembro, quando completará 75 anos.)

PM do Rio dispersa manifestação contra Bolsonaro (em O Antagonista)

Em Copacabana, houve um princípio de confusão no encontro de manifestantes a favor e contra Jair Bolsonaro.

No mesmo local onde estava sendo realizado um ato pró-governo neste domingo, um grupo de torcedores do Flamengo apareceu e gritou palavras de ordem contra Bolsonaro. Os manifestantes-torcedores foram reprimidos pela Polícia Militar.

Um homem acabou detido e a manifestação foi dispersada após a polícia usar bombas de gás.

Mourão: “Militares mantêm a estabilidade institucional do país”

Em reação a uma entrevista de Fernando Henrique Cardoso, o general Hamilton Mourão afirmou neste domingo que os militares “mantêm a estabilidade institucional do país”.

“Quanto à afirmação: ‘os responsáveis pelos erros do Governo, queiram ou não, serão os militares’; convido o ex-presidente FHC a refletir sobre a História do Brasil e verificar se não são eles que, mais uma vez, servindo ao Estado, mantêm a estabilidade institucional do País”, disse o vice-presidente no Twitter.

Bolsonaro retuíta mensagem de Trump contra movimento antifascista

Jair Bolsonaro republicou no Twitter um post de Donald Trump em que o presidente americano diz que os Estados Unidos vai classificar a Antifa — movimento antifascista — como uma organização terrorista. 

Como registramos, grupos que se intitulam antifascistas foram às ruas neste domingo em atos contra Bolsonaro.

Tanto em São Paulo quanto no Rio, as manifestações contra o presidente terminaram em confronto com a Polícia Militar.

Mais cedo, Eduardo Bolsonaro já havia defendido o mesmo. “Aqui eles se fantasiam de torcida organizada, mas todos sabemos que querem é desordem, baderna e confronto com manifestações pacíficas”, disse o deputado no Twitter.

Trump diz que vai designar Antifa como organização terrorista

(Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo que o governo norte-americano designará o grupo antifascista Antifa como uma organização terrorista.

O anúncio, feito por Trump no Twitter, ocorre em meio a violentos protestos em todo o país contra a brutalidade policial depois que a morte de um homem negro sem conseguir respirar enquanto um policial branco de Minneapolis se ajoelhava sobre seu pescoço foi registrada em vídeo e viralizou.

O procurador-geral dos EUA, William Barr, disse no sábado que "radicais e agitadores externos" sequestraram protestos nas cidades dos EUA por causa do assassinato. "Grupos de radicais e agitadores externos estão explorando a situação para buscar sua agenda própria e separada", disse Barr em comunicado filmado.

Não está claro quantos manifestantes, se há algum, participando de atos em todo o país são da Antifa.

John Harrington, chefe do Departamento de Segurança Pública de Minnesota, disse em entrevista coletiva neste domingo que cerca de 20% dos registros de prisão de sábado eram de pessoas de fora do Estado, embora ele ainda não tivesse em mãos o total das detenções da noite de sábado.

O tuíte de Trump neste domingo não é a primeira vez que o presidente descreve a Antifa como um grupo terrorista. Outros políticos conservadores, como o senador do Texas Ted Cruz, fizeram declarações semelhantes.

Fonte: Estadão Conteúdo

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