Bolsonaro supera contágio; novo teste para covid-19 deu negativo

Publicado em 24/07/2020 18:26 e atualizado em 26/07/2020 11:47

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro anunciou neste sábado, em suas redes sociais, que teve resultado negativo no quarto teste para Covid-19 que fez.

Com uma foto no Palácio da Alvorada, em que aparece mais uma vez mostrando uma caixa de hidroxicloroquina, Bolsonaro escreveu: "RT-PCR para Sars-Cov 2: negativo. Bom dia a todos." O exame não foi apresentado.

Este teria sido o quarto exame feito por Bolsonaro depois de diagnosticado com a doença em 7 de julho, incluindo o que confirmou que estava infectado. O último havia sido feito na terça-feira. O presidente não informou quando fez este último.

Depois de diagnosticado com a Covid-19, Bolsonaro ficou por 17 dias em isolamento parcial no Palácio da Alvorada - nesse período, anunciou a doença em uma entrevista para tevês, recebeu pelo menos um auxiliar, e por algumas vezes saiu para conversar com apoiadores quando, apesar de manter uma distância de alguns metros, chegou a tirar a máscara.

O presidente, que começou um tratamento com hidroxicloroquina e o antibiótico azitromicina logo ao ter os primeiros sintomas da doença, atribui a eles ter tido poucos sintomas da Covid-19 e ter se curado. No entanto, não há comprovação científica para uso da hidroxicloroquina. Ao contrário, todas as pesquisas mais recentes mostram que não há efeito.

Bolsonaro tem planos de iniciar uma série de viagens pelo país para inaugurar obras e, segundo ele mesmo, mostrar o que está fazendo. Antes do resultado de terça-feira, que mostrou ainda estar infectado, ele chegou anunciar que iria ao Piauí na última sexta-feira.

"Bom dia a todos", saúda o presidente (Agencia Brasil)

Após quase três semanas com caso confirmado de covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (25) que o resultado de um novo teste deu negativo. A informação foi compartilhada em uma rede social. 

"RT-PCR para Sars-Cov 2: negativo. Bom dia a todos", postou. O presidente fez referência ao RT-PCR, que é o principal teste diagnóstico para identificar a presença ativa do vírus da covid-19 no organismo.

Bolsonaro tem 65 anos e está em tratamento desde o último dia 7, quando teve o diagnóstico positivo para o novo coronavírus. Desde então, ele segue em isolamento no Palácio da Alvorada, onde tem se reunido com ministros por videoconferência.

O último exame feito por Bolsonaro, na quarta-feira (22), ainda indicava resultado positivo para a covid-19.

 

Após determinação do STF e ameaça de multa, Twitter e Facebook bloqueiam contas de bolsonaristas

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de 16 contas do Twitter e 12 do Facebook de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e ameaçou impor multa diária de 20 mil reais por perfil em caso de descumprimento, segundo decisão divulgada nesta sexta-feira no âmbito do inquérito das fake news.

Na decisão, foram suspensas, entre outras, contas do presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, e de outros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, como os empresários Luciano Hang, Edgar Corona e Oscar Fakhoury, a ativista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, e o blogueiro Allan dos Santos.

Moraes citou na decisão que, embora "clara e objetiva a determinação judicial" para as operadoras das redes sociais suspenderem imediatamente as contas ainda no final de maio, "não houve comprovação do regular cumprimento".

O ministro do STF determinou a suspensão das contas e afirmou que a medida evita "que continuem a ser utilizados como instrumento do cometimento de possíveis condutas criminosas apuradas nestes autos" e rechaçou a "eventual recusa de cumprimento por impossibilidade técnica".

As contas do Twitter bloqueadas dizem que elas foram suspensas "no Brasil em resposta a uma demanda legal". Em nota, o Facebook disse que "respeita o Judiciário e cumpre ordens legais válidas".

A decisão de Moraes havia determinado em maio uma série de medidas judiciais, como o cumprimento de mandados de busca e apreensão e quebras de sigilo contra apoiadores de Bolsonaro.

A ação tem por objetivo identificar quem estaria financiando um esquema fraudulento de divulgação de notícias falsas e ameaças a ministros do STF.

Em nota, a defesa de Sara Winter criticou a decisão, dizendo que vai denunciar aos "organismos internacionais de direitos humanos a grave ofensa à liberdade de expressão, direitos e garantias fundamentais".

"Sem liberdade. Sem voz. Sem vida. Seja bem-vindo à escuridão", disse.

O advogado João Manssur, que representa Otávio Fakhoury, disse que a medida é desproporcional e contrária ao princípio da liberdade de expressão.

“A medida de bloqueio acarreta verdadeira censura por impedir a manifestação do pensamento de Fakhoury, garantida pelo amplo sistema de liberdade de expressão consagrado pela Constituição Federal. O próprio STF já conferiu entendimento no sentido de que a liberdade de expressão goza de certa posição preferencial. Gritante a violação ao direito de Fakhoury à livre manifestação de seu pensamento com o bloqueio de contas das redes sociais, uma verdadeira censura”, afirmou.

No Instagram, o blogueiro Allan do Santos também criticou a decisão do Supremo. "Acabou a liberdade de expressão e de imprensa", disse.

A decisão do STF teve forte repercussão nas redes sociais. Aliados do presidente afirmam que houve censura aos bolsonaristas e críticos aplaudiram a determinação.

O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, contestou a decisão.

"A suspensão das contas de apoiadores do presidente tem um objetivo simples: intimidar todos os demais apoiadores, enquanto acostuma o restante da população com a idéia sinistra de que certas autoridades possuem o poder e a legitimidade para calar e censurar quem os incomoda", disse ele no Twitter.

Já Manuela D'Dávila (PCdoB), ex-deputada e candidata a vice na chapa presidencial encabeçada por Fernando Haddad (PT) na eleição de 2018, saudou o clima no Twitter após os bloqueios.

"Vocês também estão sentindo que o clima aqui no Twitter deu uma melhorada?", disse Manuela.

Pouco depois, o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, rebateu a política comunista.

"Um democrata se preocupa quando indivíduos são censurados em ações completamente arbitrárias e autoritárias. Já comunistas sentem que o clima melhora quando adversários são eliminados. É histórico", disse Carlos no Twitter.

Fonte: Reuters/Agencia Brasil

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