Em meio a pico da pandemia, governo lança campanha por máscara e distanciamento social

Publicado em 10/04/2021 08:54

BRASÍLIA (Reuters) - O governo do presidente Jair Bolsonaro deflagrou nesta sexta-feira uma campanha publicitária em suas redes sociais na qual faz uma defesa de medidas preventivas como usar de máscaras, evitar aglomerações e fazer distanciamento social, no pior momento da pandemia de Covid-19 no país e diante da demora na imunização contra o coronavírus.

As peças estão sendo divulgadas em plataformas do governo como a do Palácio do Planalto e do Ministério da Saúde mais de um ano depois do início da pandemia no Brasil e após o próprio Bolsonaro, em várias ocasiões, contrariar e desdenhar dessas recomendações.

"Mesmo com a vacinação contra a Covid-19 avançando cada vez mais, é muito importante continuarmos cuidando uns dos outros. Por isso, lave sempre as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, evite aglomerações, mantenha o distanciamento e use máscara", diz um dos textos da campanha.

Brasil registra 3.693 novas mortes por Covid-19 e 11.791.885 pessoas recuperadas

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil registrou nesta sexta-feira 3.693 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 348.718, informou o Ministério da Saúde, um dia após a contagem diária ter atingido um novo recorde de 4.249 mortes.

Também foram notificados 93.317 novos casos de coronavírus, com o total de infecções confirmadas no país avançando para 13.373.174, de acordo com a pasta.

O Brasil possui a segunda maior contagem absoluta de casos e óbitos por Covid-19 no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. No entanto, enquanto os índices apresentam tendência de queda nos EUA, a pandemia ainda acelera no Brasil, que atualmente é responsável por uma em cada quatro mortes registradas em todo o mundo a cada dia, segundo levantamento da Reuters.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta sexta que o governo federal acredita que o melhor caminho para redução do número de mortes é a vacinação --um discurso assumido mais recentemente, já que o presidente Jair Bolsonaro minimizou o imunizante e a pandemia em diversas oportunidades ao longo do último ano.

"Ainda estamos com número de óbitos elevado. A mortalidade nas unidades de terapia intensiva (UTIs), a despeito do esforço que existe, é elevada, e a gente precisa trazer as soluções. Do ponto de vista do governo, a solução mais consistente é uma campanha forte de vacinação", disse Queiroga em entrevista coletiva.

"Nós já vivemos uma pandemia arrastada por mais de um ano, muitas pessoas perderam suas vidas, a sociedade precisa do nosso conforto", acrescentou, embora também tenha afirmado que a pasta não tem varinha de condão para resolver todos os problemas da saúde.

Estado mais afetado pelo coronavírus, São Paulo atingiu nesta sexta as marcas de 2.618.067 casos e 81.750 mortes, mas uma queda de 17,7% no número de novas internações ao longo da última semana levou o governo local a flexibilizar algumas medidas de restrição, regredindo o Estado para a chamada fase vermelha.

A taxa de ocupação dos leitos de UTIs em São Paulo está em 88,3%, de acordo com informações do governo estadual. A queda foi atribuída por autoridades locais justamente às restrições.

"Continuamos com indicadores altos, mas a expectativa é de que gradativamente vamos reduzir os números", disse o governador João Doria (PSDB) pelo Twitter. "Mesmo com a melhora nas internações, reforço que ainda não é o momento para relaxar o distanciamento social."

Conforme dados do Ministério da Saúde, Minas Gerais é o segundo Estado com maior número de infecções pelo coronavírus registradas, com 1.208.529 casos, mas o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos contabilizados, com 39.038 mortes.

O governo ainda reporta 11.791.885 pessoas recuperadas da Covid-19 e 1.232.571 pacientes em acompanhamento.

 

Fonte: Reuters

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