Dólar recua ante real após relatório de emprego fraco elevar apostas de manutenção de estímulo nos EUA

O dólar caía e chegou a ser negociado na casa dos 5,13 reais na manhã desta sexta-feira, refletindo salto na apostas de manutenção de estímulo pelo Federal Reserve na esteira de relatório de emprego dos Estados Unidos bem pior do que o esperado.

O Departamento do Trabalho norte-americano informou que foram elevados 235 mil vagas de trabalho na economia norte-americana em agosto, o resultado muito abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de abertura de 750 mil.

A notícia elevou como apostas de que o banco central dos EUA - que uso o alcance do pleno emprego como condição para redução de estímulos - não anunciará corte de suas compras de títulos mais cedo do que o esperado pelos mercados.

Às 10:11, o dólar recuava 0,48%, a 5,1580 reais na venda. Na mínima do dia, alcançada pouco depois da divulgação dos dados, a moeda norte-americana foi a 5,1320 reais na venda, queda de 0,98%.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes caía 0,20%. Moedas emergentes cujo movimento o real tende a acompanhar, como rand sul-africano e peso mexicano, apresentavam ganhos nesta sexta-feira.

"O 'folha de pagamento' bem pior do que o esperado, e vai nessa linha de pensamento veio do Fed de que a há período e o crescimento e o emprego ainda não estão em níveis adequados", disse à Reuters Marcos Weigt, chefe da tesouraria da Travelex Banco, publicando que acredita que o Fed só vai elevar os juros no final de 2022.

Ao mesmo tempo em que os custos dos empréstimos perdidos na maior economia do mundo, o Banco Central do Brasil tem elevado intensamente a taxa Selic - com os mercados na expectativa de que chegue a patamar neutro até o final deste ano. Nesse contexto, o real está aproveitando o fluxo de entrada, disse Weigt, com alguns hedge funds aproveitando a taxa de carregamento da moeda brasileira.