Preço da soja compensa perdas com a seca em SC

Publicado em 08/05/2012 07:18
Comercialização da safra injeta 1 bilhão de reais no campo.
Os produtores catarinenses estão obtendo uma renda excepcional com a venda da soja da safra 2011/2012 que acaba de ser colhida. A saca de 60 kg está rendendo de 55 a 60 reais, o que representa o melhor resultado dos últimos 20 anos, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc). A comercialização total da safra renderá mais de 1 bilhão de reais ao setor primário barriga-verde.
 
O vice-presidente Enori Barbieri mostra que a redução mundial da produção e a seca no Brasil elevaram a cotação do produto, cujo mercado mundial é regulado pela Bolsa de Chicago. Na América do Sul a produção foi reduzida em 20 milhões de toneladas e somente a Argentina perdeu 14 milhões de toneladas. Os Estados Unidos priorizarão o milho e diminuirão a área cultivada com soja. No Brasil, a previsão de 71 milhões caiu para 65 milhões de toneladas.
 
Além desses fatores climáticos, a China está importando cerca de 7 milhões de toneladas a mais do que vinha comprando no mercado internacional, acrescenta o presidente José Zeferino Pedrozo. Por isso, os estoques mundiais estão baixos.
 
Em Santa Catarina foram cultivados 440 mil hectares com soja. A seca afetou 20% da produção, que deve ficar próxima de 1,4 milhão de toneladas e uma produtividade média de 2.500 kg por hectare. O rendimento médio bruto para o produtor rural é de 3.000 reais por hectare.
 
Em face da redução da oferta e do aumento da procura, o preço dessa commodity explodiu. Durante a semana passada, o grão chegou a 15 dólares por Bushel (27,216 Kg), preço mais alto atingido pela commodity. Como o real vem sofrendo forte desvalorização nas últimas semanas, isso afeta os preços de soja. Com a expectativa de um dólar mais forte e as cotações da Bolsa de Chicago ainda mais valorizadas, a tendência é que a soja se mantenha em patamares mais altos.
 
BOM E RUIM
 
“Enquanto os sojicultores comemoram, avicultores, suinocultores e agroindústrias sofrem, padecendo de custos crescentes”. Barbieri realça que os elevados da soja encarecem verticalmente os custos das cadeias produtivas de aves, suínos e leite, afetando os criadores e as agroindústrias.
 
As cotações de milho também estão elevadas, acima dos níveis médios dos últimos anos. O milho e a soja são os principais componentes da nutrição de aves e suínos e representam 70% do custo de produção.
 
Santa Catarina é autossuficiente em soja, mas importa todo ano mais de 3 milhões de toneladas de milho, com altíssimo dispêndio em transporte.

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Fonte: Faesc

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