Após intensa realização de lucros, soja opera próxima da estabilidade

Publicado em 12/02/2013 09:04
Após duas sessões de intensas realizações de lucros, os futuros da soja, nesta terça-feira (12), operam próximos da estabilidade na Bolsa de Chicago. Por volta das 9h30 (horário de Brasília), as principais posições subiam pouco mais de 3 pontos. O milho e o trigo também trabalhavam de forma estável, porém, do lado negativo da tabela. 

O mercado, como vem sendo explicado por analistas, ainda encontra forte suporte nos seus fundamentos. A relação de estoque x consumo é uma das mais apertadas de todos os tempos. A oferta mundial está muito apertada e, segundo o consultor de mercado Liones Severo, cerca de 93,5% dos excedentes exportáveis de soja norte-americanos já foram vendidos e há apenas 2,4 milhões de toneladas para serem negociadas. 

Paralelamente, as vendas externas dos EUA seguem em um ritmo muito acelerado, bem mais intenso do que nos anos anteriores. Afinal, até que a nova safra da América do Sul entre no mercado, a oferta norte-americana é praticamente a única disponível. 

Porém, completando o cenário de fundamentos positivos, há muita incerteza sobre a produção sulamericana. Além de adversidades climáticas nas principais regiões produtoras brasileiras e argentinas, o escoamento da soja do Brasil esbarra ainda nos gargalos logísticos do país, os quais deverão atrasar a chegada da oleaginosa aos importadores. 

"O aspecto mais relevante é o atraso dos embarques de soja e produtos através de portos brasileiros, que estão congestionados,  e com previsões de atrasos de 40/50 dias para concluir embarques em escala (que deveriam ser realizados entre os meses de fevereiro e março, e que poderá se estender para abril e maio, na melhor das hipóteses). Esta situação é inédita em toda a história do fluxo de produto para o suprimento mundial. Como não existe  histórico sobre esta nova situação, a interpretação do mercado mundial  não considera este fator como decisivo para transferência de demanda para o já esgotado mercado americano, dificultado assim, o ajuste dos preços na Bolsa de Chicago", afirma Severo.

Dessa forma, o que deverá ser visto no mercado nas próximas semanas é uma expressiva e intensa volatilidade na Bolsa de Chicago.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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