Soja inicia semana em queda, perdendo patamar dos US$14

Publicado em 18/03/2013 07:45 e atualizado em 18/03/2013 08:17
Nesta segunda-feira (18), a soja iniciou a semana sem força na Bolsa de Chicago. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos registravam perdas de dois dígitos e já perdiam o patamar dos US$ 14 por bushel. Apenas o contrato maio/13, referência para a safra brasileira, era cotado a US$ 14,10, perdendo 15,50 pontos. 

O mercado dá continuidade ao movimento de expressiva baixa da última semana, em que os preços foram pressionados, principalmente, pela transferência da demanda dos EUA para o Brasil. Na última sexta-feira, as cotações ainda sentiram os números negativos divulgados pelo Associação Nacional Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (Nopa) sobre o esmagamento da soja nos Estados Unidos em fevereiro.

Paralelamente, os investidores ainda acompanham com atenção a chegada da grande safra da América do Sul ao mercado, bem como os graves problemas logísticos brasileiros. Veja como ficou o fechamento da última sexta-feira (15):

Soja: Mercado volta a recuar e encerra semana em queda na CBOT

A soja teve mais um dia de baixas na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (15), após tentar uma recuperação no início dos negócios deste pregão. Os futuros da oleaginosa não foram capazes de manter os ligeiros ganhos que exibiu durante essa sessão e voltaram a recuar, fechando a semana, que foi bastante negativa, em queda. 

Nesta sexta, a A Associação Nacional Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (Nopa) divulgou números sobre o esmagamento de soja nos EUA em fevereiro e estes ficaram abaixo do esperado pelo mercado. Enquanto se esperava algo em torno de 3,86 milhões de toneladas, a entidade reportou o processamento de 3,71 milhões de toneladas. 

"Esses números, que foram decepcionantes, acabaram provocando um pouco esse mercado que já vinha recuando e mostrou altas muito leves no começo do pregão", disse Daniel D'Ávilla, analista de mercado da NewEdge Corretora, de Nova York. 

D'Ávilla explicou ainda que o mercado têm registrado também muito spreads entre a soja e o milho e o trigo, o que quer dizer que os investidores têm deixado parte de suas posições na soja e voltando-se para os cereais. "Trata-se somente de uma natural liquidação de posições, ou seja, não há nada de novo no mercado", explica o analista. 

Entre os fundamentos, o cenário se mantém o mesmo. A demanda pela soja continua muito aquecida, porém, ainda de acordo com D'Ávilla, a situação mais difícil nos Estados Unidos é "originar" a soja. Segundo o analista, 97% do volume estimado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para exportação já foram comercializados, e os 3% restantes ainda teriam que durar por 25 semanas, tempo restante para o ano safra 2012/13. 

Além disso,as margens de esmagamento no país têm caído e isso também pesa sobre os preços, uma vez que que reduz a demanda interna, fato que foi refletido pelos últimos números do Nopa, portanto. No entanto, para o analista "não quer dizer que o mercado vá cair por conta disso, uma vez que os fundamentos continuam positivos". Completanto, D'Ávilla afirma que não acredita em um mercado baixista, mas em apenas uma liquidação de posições em um momento pós relatório do USDA e vencimento do contrato março. "Depois disso, acredito que volte a ficar firme", finaliza. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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