CBOT: Após intensa realização de lucros, soja esboça reação

Publicado em 19/03/2013 07:31
Depois da intensa realização de lucros registrada na sessão de ontem (18), a soja exibe uma ligeira reação na manhã de hoje. Por volta das 7h20 (horário de Brasília), os preços trabalhavam com pequenas baixas - entre 2 e 3 pontos - nas principais posições negociadas. 

Há cerca de cinco pregões, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago vêm operando com expressivas baixas, com o mercado sentindo uma forte pressão técnica, onde os investidores têm liquidado parte de suas posições. Nesta segunda-feira (18), esta realização de lucros ainda foi intensificada pelas notícias negativas vindas da Zona do Euro com a proposta de pacote de resgate à economia do Chipre, novo fator que abala a confiança do bloco econômico. 

Veja como terminaram os negócios no mercado internacional nesta segunda-feira:

Mau humor do mercado financeiro pressiona e soja fecha no vermelho

Na sessão desta segunda-feira (18), a soja fechou mais um dia em queda na Bolsa de Chicago. Nos vencimentos mais negociados no mercado internacional, as perdas ficaram entre 5,75 e 16,50 pontos. O principal fator de pressão para os preços foi o mau humor do mercado financeiro que acentuou a liquidação de posições por parte dos investidores, movimento que teve início já na semana passada. 

Ao redor do mundo o mercado financeiro foi pressionado pela notícia de uma proposta de resgate à economia do Chipre, com um pacote de 10 bilhões de euros, que inclui a taxação de 10% sobre os depósitos bancários locais. Diante disso, a crise na Zona do Euro, bem como a confiança do bloco econômico, voltam ao foco e estimulam uma maior aversão ao risco por parte dos investidores. 

Diante desse cenário, como explicou o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos,  os investidores optaram por migrar para ativos mais seguros - o que estimulou a alta da moeda norte-americana, outro fator que pesou sobre os preços -, deixando suas posições em ativos mais arriscados, como as commodities agrícolas. 

Essa é a primeira vez, desde o início da crise financeira na Uniao Europeia, que um pacote de ajuda conta com uma medida tão impopular. Ao mesmo tempo, o temor agora é de que possa se tornar mais comum e até mesmo um precedente para outros pacotes de ajuda. Dessa forma, volta a crescer a desconfiança sobre a real situação do sistema bancário da Zona do Euro. 

Ainda segundo Dejneka, o mercado já vinha sofrendo com uma pressão técnica bastante forte, agravada por essa volta da preocupação com a frágil economia da Zona do Euro. "Estas notícias de hoje afetaram o ânimo do mercado, mas eu acredito que seja uma aversão ao risco pontual, de curto prazo". De acordo com o analista, essa medida não teria sido bem recebida pelo mercado, já que poderia ser implementada em outros países do bloco. Isso não seria positivo, uma vez que a reação da população poderia ser a mesma registrada no Chipre, de retirar do banco suas aplicações, comprometendo ainda mais o sistema financeiro. 

Boatos - Além da pressão vinda desses fatores externos, Dejneka afirma que o mercado teria sido pressionado também por boatos de que a China havia cancelado cerca de 20 carregamentos de soja da América do Sul. A informação deveria ter sido encarada como um fator positivo para o mercado, entretanto, em um dia de mau humor entre as commodities agrícolas, este acabou sendo, de acordo com o analista, outro fator de pressão negativa para os preços. "Hoje foi um dia de liquidação especulativa", afirma. 

Tags:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja tem 6ª feira de movimentos tímidos em Chicago, mas passa a operar em queda
Soja retoma negócios em alta nesta 6ª em Chicago, após rally da véspera de Natal
Safra de soja do Rio Grande do Sul se desenvolve bem, aponta Emater
Retro 2025 - Soja/Cepea: Oferta global recorde derruba preços internos e externos em 2025
Argentina: Processamento de soja caiu em novembro e o mercado começa a sentir a escassez do produto
Soja fecha de lado em Chicago e sobe onde ainda há negócios no Brasil frente ao dólar alto