Soja: Clima é favorável nos EUA e pressiona mercado em Chicago

Publicado em 29/07/2013 12:12

Os contratos futuros da soja amargam mais uma sessão de baixas na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (29). Na sessão de hoje, no entanto, as perdas mais expressivas são registradas nos vencimentos mais distantes, referentes à safra nova, ao contrário da forte queda registrada na semana anterior. 

Na sessão regular, por volta das 11h40 (horário de Brasília), o vencimento novembro/13, referência para a safra brasileira, perdia 14 pontos, valendo US$ 12,14 por bushel. A perda nos demais contratos variava de 10 a 13,25 pontos. Já o agosto/13 tentava uma recuperação e, no mesmo momento, tinha uma pequena elevação de 2,75 pontos. 

O mercado inicia a semana de olho no comportamento do clima sobre as lavouras da nova safra dos Estados Unidos. O sábado e o domingo foram de temperaturas amenas e chuvas leves, condições ideais para o bom desenvolvimento das plantações nas fases em que se encontram tanto a soja quanto o milho, como explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.

"Para essa semana as previsões são boas para a soja e para o milho, que estão em florescimento, com temperaturas e condições de umidade do solo consideradas normal. Ou seja, não há problemas esperados para esta semana e por isso o mercado, em função de clima e de lavouras, está dentro das condições favoráveis para a safra e é até possível que o USDA traga um relatório com condições melhores do que a da semana passada", disse Brandalizze. 

Para o consultor, frente à esse cenário climático bastante positivo para a produção dos Estados Unidos, o que poderia dar um estímulo ao mercado de grãos nessa semana seria o registro de novas compras por parte, principalmente, da China. EE afirma ainda que, apesar tenha pouco espaço para novas baixas intensas, ainda falta fôlego para voltar a subir com força no mercado internacional. 

A recente queda dos preços, principalmente da soja, no entanto, poderiam estimular essas compras frente à cotações mais atrativas, segundo Brandalizze. "Para os chineses, as cotações do momento são bastante favoráveis e esse é um momento em que eles poderiam realizar algumas compras. Eles estão comprando um pouco menos justamente para tentar segurar o mercado que vinha subindo bastante". 

O consultor explica ainda que, nas próximas semanas, o mercado da soja poderia até mesmo encontrar alguma correção positiva, mas que ainda registra um maior espaço de baixa do que o milho. 

Para Brandalizze, os futuros do cereal negociados em Chicago já atingiram um patamar muito baixo e, por isso, nesse momento registram perdas menos significativas e mais graduais. Na sessão desta segunda, por volta de 12h10 (Brasília), as principais posições do milho perdiam pouco mais de 2 pontos. 

Sobre o movimento dos fundos de investimentos, essa semana, ainda segundo o consultor, a tendência é de que sejam menos agressivos, impactando com menos intensidade sobre o mercado. "Os grandes fundos devem operar com posições mais curtas, ou seja, com pequenas quedas e há também uma possibilidade que, já no meio da semana, eles trabalhem com operações invertidas, apostando um pouco mais na alta do que na baixa, começando a olhar o mercado com uma possibilidade de pequenos ganhos, mas nada com grandes avanços", explica. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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