Grãos: Mercado opera na defensiva à espera dos números do USDA

Publicado em 11/09/2013 12:11

A movimentação no mercado internacional de grãos é pouco expressiva na sessão desta quarta-feira (11) na Bolsa de Chicago. Os investidores buscam um melhor posicionamento antes da divulgação do novo relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que acontece nesta quinta (12). 

Assim, o mercado operava com volatilidade, oscilando entre os dois lados da tabela. Por volta das 11h50 (horário de Brasília), os principais vencimentos da soja registravam pequenos ganhos de 0,50 a 3,25 pontos, enquanto os futuros do milho recuavam pouco mais de 0,50 ponto. No mercado do trigo, baixas de 3 a 4 pontos. 

Há um consenso entre os analistas sobre as expectativas para o boletim do departamento norte-americano de que os números para a produção dos EUA serão revistos para baixo em função da seca que já dura mais de um mês no Corn Belt. Os estoques também deverão ser reduzidos, bem como a produtividade. 

"O USDA normalmente é conservador nesse relatório de setembro, em que a safra está andando e não está definida, mas tudo indica que o boletim vem com uma redução de safra", diz Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. 

Uma pesquisa feita pela agência internacional Bloomberg aponta para um projeção para a nova safra de soja do país em 85,13 milhões de toneladas, volume 3,7% menor do que o divulgado há um mês. 

Além disso, o clima adverso no Meio-Oeste americano também continua no foco do mercado internacional. Nos últimos 30 dias, os estados de Iowa e Illinois, os maiores produtores de grãos, tiveram chuvas de menos de 5% do normal, de acordo com a Serviço Nacional de Clima dos EUA. Os próximos 10 dias, segundo as previsões climáticas, também não mostram chuvas em volume suficiente para reverter o prejuízo causado pela seca. 

"Isso irá limitar a recuperação dos já muito apertados estoques de soja dos Estados Unidos e irá limitar também, portanto, um declínio nos preços da soja nos próximos meses", divulgou o banco Goldman Sachs em um relatório. 

Paralelamente, o discurso do presidente dos EUA Barack Obama sobre os possíveis ataques à Síria foram bem recebidos pelo mercado, uma vez que o presidente já fala em um adiamento dos trabalhos, bem como uma oportunidade de entrega das armas por parte dos sírios. Dados da macroeconomia, principalmente vindos da China, também ajudaram a melhorar o ânimo dos investidores e, com isso, "a economia mundial ficou um pouco mais otimista nesta quarta-feira", disse Brandalizze. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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