Soja: Mercado foca nos fundamentos e opera em alta em Chicago

Publicado em 12/11/2013 06:57 e atualizado em 12/11/2013 08:15

Nesta terça-feira (12), os futuros da soja trabalham com alta na Bolsa de Chicago. Com foco nos fundamentos, o mercado retoma seu movimento positivo e, por volta das 7h40 (horário de Brasília), os ganhos nos principais vencimentos variavam entre 2 e 5,25 pontos e o contrato janeiro, o mais negociado nesse momento, era cotado a US$ 13,06 por bushel. Milho e trigo também tentam se manter do lado positivo da tabela. 

O mercado dá continuidade à recuperação iniciada no final da sessão anterior, quando o mercado trabalhou durante todo o dia em baixa e conseguiu reverter a direção dos preços no fechamento da sessão, encerrando o dia em alta. Os fundamentos de oferta e demanda mostram uma relação apertada, justificando a necessidade de alta dos preços. 

O suporte principal para esse avanço das cotações é proveniente, principalmente, da demanda muito aquecida pelo produto norte-americano que já começa a entrar no mercado. Do total de soja estimado pelo USDA para exportação só há mais 6 milhões de toneladas para serem comercializadas até o final do ano comercial 2013/14, em agosto do ano que vem. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira (11):

Soja retoma fôlego, fecha em alta e contrato janeiro retoma os US$ 13

Depois de operar durante toda a sessão em campo negativo, o mercado da soja conseguiu reverter o caminho e encerrou os negócios desta segunda-feira do lado positivo da tabela. As cotações dos vencimentos mais negociados fecharam o dia com ganhos entre 0,75 e 4,25 pontos na Bolsa de Chicago, e o vencimento janeiro retomou o patamar dos US$ 13 por bushel. 

Os preços foram pressionados por um movimento de realização de lucros e correção técnica após as fortes altas registradas na última sexta-feira (8). No entanto, os olhos dos investidores seguem voltados para os fundamentos ainda muito positivos. A relação entre oferta e demanda se mantém bastante apertada e isso preocupa os traders. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em seu último boletim de oferta e demanda, aumentou suas estimativas para a produção e estoques de soja no país. Ao mesmo tempo, revisou para cima também seus números para exportações e esmagamento da oleaginosa, o que mostrou que o déficit de oferta pode ser registrado nos EUA até mesmo na virada do ano. "O ritmo de exportações tanto de soja quanto de milho nos Estados Unidos estão muito acelerados esse ano e isso é um bom sinal no fator fundamental da demanda", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. 

A projeção do departamento norte-americano é de que os EUA exportem, no ano comercial 2013/14, 39,46 milhões de toneladas de soja. Até esse momento, porém, já foram vendidas 33,5 milhões de toneladas, o que faz com que restem somente 6 milhões para serem comercializadas até agosto do ano que vem, segundo analistas e números do USDA. "No começo do ano não haverá soja nos Estados Unidos para ser exportada, e teremos uma pressão de demanda muito maior na América do Sul", diz Brandalizze. 

Para Mauricio Correa, analista de mercado do SIM Consult, o mercado segue firme na tendência de alta diante dessa oferta restrita e na demanda mundial ainda bastante aquecida. "Após encontrar suporte na tentativa de liquidação, os mercados de soja e farelo voltaram a subir. Agora, o mercado tem, por tendência, buscar os US$ 13,20 para o vencimento janeiro", acredita. 

Milho - No mercado do milho, os preços também fecharam a sessão regular desta segunda-feira (8) em alta. As cotações fecharam o dia com ganhos de mais de 8 pontos nos principais vencimentos. 

Os ganhos, segundo analistas, foram justificados por uma tentativa de recuperação do mercado depois das últimas quedas. Além disso, como explicou Vlamir Brandalizze, a alta do cereal na última sexta-feira (8) não foi tão intensa como a da soja, permitindo que os investidores não atuassem com um um movimento de realização de lucros mais acentuado. 

Segundo analistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, as cotações avançam para os melhores preços em mais de uma semana, se recuperando das recentes quedas. Os analistas afirmam ainda que o aumento estimado pelo USDA para a safra de milho foi menor do que as expectativas do mercado, ou dentro do que vinha sendo esperado pelos traders. 

"O milho em alta hoje ajudou a dar suporte ao mercado de farelo de soja em sua tentativa de liquidação. E quando estava em baixa encontrou compradores no nível de suporte, vindo a subir novamente", explicou Mauricio Correa. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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