Após números do USDA, mercado de grãos busca direção em Chicago

Publicado em 11/02/2014 06:59

Na Bolsa de Chicago, após a divulgação do relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os futuros da soja procuram definir uma direção nesta terça-feira (11) e operam de lado. Por volta das 7h50 (horário de Brasília), apenas o vencimento maio/14 exibia uma pequena alta de 0,50 ponto, valendo US$ 13,12 por bushel. As demais posições trabalhavam sem variação. 

Apesar de alguns números terem sido questionados por analistas, as informações do USDA pressionaram o mercado que, ontem, fecharam com leve queda na CBOT. O departamento norte-americano trouxe um aumento da produção e dos estoques mundiais, além de uma manutenção dos estoques dos EUA e do reajuste positivo na safra brasileira, que passou de 89 milhões para 90 milhões de toneladas. 

O mercado do milho também caminha sem movimentações muito expressivas nesta terça-feira. Os vencimentos mais importantes nesse momento, por volta das 8h10 (Brasília), recuavam 0,50 ponto. Ao contrário da soja, os números foram positivos para o grão, com uma significativa redução dos estoques dos Estados Unidos e de um aumento das exportaçoes. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja recua na CBOT com USDA, mas sobe no mercado brasileiro

A soja fechou a sessão regular desta segunda-feira (10) em baixa na Bolsa de Chicago, com perdas de 2 a 6,50 pontos para os vencimentos mais negociados. O mercado, segundo explicaram analistas, refletiram os números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta tarde. 

O departamento norte-americano manteve suas estimativas para os estoques finais de soja dos Estados Unidos em 4,08 milhões de toneladas. Porém, as expectativas eram de uma expressiva redução dada as exportações muito aceleradas no país, as quais foram revisadas para cima, passando de 40,69 milhões para 41,1 milhões de toneladas. 

Além disso, o USDA reviu positivamente ainda a produção e os estoques mundiais de soja, o que também pressionou o mercado, bem como o aumento de sua projeção para a safra brasileira de soja que passou de 89 milhões para 90 milhões de toneladas. 

Para Camilo Motter, economista da Granoeste Corretora, "o USDA passou uma mensagem errada para o mercado em relação ao que nós estamos vivenciado, principalmente sobre a safra brasileira". 

Esse aumento da estimativa do departamento para a colheita do Brasil chega em um momento em que as lavouras de estados produtores determinantes estão sofrendo com a falta de chuvas e o calor extremamente forte, que, em alguns locais, já vem causando o processo de morte das plantas.

De acordo com Motter, aproximadamente  de 40 a 45% da safra brasileira de soja estão sofrendo com os impactos da seca que, em alguns locais, irá completar dois meses. Não chove expressivamente em algumas áreas produtoras de soja desde 15 de dezembro, já há perdas consolidadas e os relatos que chegam pelos produtores são de um menor potencial produtivo a cada novo dia sem água, já que as plantações se encontram em fase de enchimento de grãos. 

Apesar do recuo registrado em Chicago em função dos números do USDA, os preços da soja subiram no mercado brasileiro por conta da expressiva alta do dólar. A moeda norte-americana subiu mais de 1%, retomando o patamar dos R$ 2,40 e, com isso, no Porto de Paranaguá, por exemplo, a saca da soja subiu de R$ 69,00 / R$ 70,00 para R$ 70,50/R$ 71,00. No oeste do Paraná, os negócios passaram de R$ 63,50 para R$ 64,50. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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