Soja sobe forte na CBOT com clima adverso e demanda aquecida

Publicado em 24/02/2014 13:09

O mercado internacional da soja opera com expressiva alta nesta segunda-feira (24) na Bolsa de Chicago, porém, registra também bastante volatilidade. Diante de um déficit de oferta, os preços sobem com o intuito de racionar a demanda mundial, segundo explicam analistas. 

Nos Estados Unidos, a escassez de soja vem sendo justificada pelas exportações norte-americanas em mais de 43 milhões de toneladas, contra a última projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 41,1 milhões de toneladas para todoo ano comercial. Ao mesmo tempo, os embarques, também no acumulado da temporada, já superam as 34 milhões de toneladas. 

Enquanto falta soja nos EUA e a demanda permanece muito aquecida pelo produto norte-americano, o cenário positivo e de firmeza para as cotações é complementado pelo comprometimento da safra brasileira por adversidades climáticas. Em alguns estados, a seca continua castigando as lavouras e reduzindo, dia a dia, sua produtividade. 

No Mato Grosso, por outro lado, chove demais e o excesso de umidade tem prejudicado o avanço da colheita, o que já resulta em uma perda de qualidade e também de potencial produtivo. Segundo um produtor de Lucas do Rio Verde, somente em fevereiro chouve 2400 mm. 

Frente à essas incertezas sobre a produção do Brasil e do comportamento dos preços diante desse quadro, os produtores brasileiros não estão vendendo, o que também é um fato positivo para os preços. 
"Não tem opção de onde comprar soja, então os importadores se voltam para os Estados Unidos e isso impede uma realização de lucros no mercado", explica Ênio Fernandes, consultor em agronegócio. "Essa não realização das vendas força o demandar a comprar, e os preços a subirem", completa.

A baixa disponibilidade de farelo de soja também impulsiona os preços do grão nesta segunda-feira. Com a falta do subproduto, a demanda pela matéria prima também aumenta, favorecendo ainda mais o movimento positivo das cotações.  

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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