Soja: Em dia volátil, cotações perdem força e encerram no vermelho em Chicago

Publicado em 27/02/2014 10:21 e atualizado em 27/02/2014 17:03

As cotações da soja na bolsa de Chicago iniciam o pregão regular ampliando os ganhos do noturno com novos dados de demanda divulgados pelo USDA - Departamento de Agricultura dos EUA -  nesta quinta-feira(27). Mas os operadores optaram por realizar lucros após os preços atingirem os maiores patamares dos últimos 5 meses.

Logo na abertura do pregão regular, o primeiro vencimento Março/14 trabalhava com ganhos de 15,75 pontos cotado a US$14,23/bushel . Maio subia 17,25 pontos com negócios à US$14,14 se firmando acima dos US$14,00/bushel . Agosto/14 subia 8,5 pontos e negócios a US$13,32/bushel. Essa maior valorização dos contratos  esteve relacionada à restrição da oferta imediata, com disputa pela soja norte-americana. O USDA  confirmou na manhã desta quinta-feira(27) a venda de 112.000 toneladas de soja em grão para a China, com entrega prevista na temporada comercial 2013/14.

Além disso, o Departamento anunciou também as exportações semanais líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2013/14, que ficaram em 327.700 toneladas na semana encerrada em 20 de fevereiro. No período anterior, o total havia sido de 86.300 toneladas. O principal comprador foi a China, com 287.800 mil toneladas. O que mostra que as vendas do produto norte-americano continuam muita aquecidas num período em que os negócios já deveriam estar focados na América do Sul e principalmente, diante de um cenário de escassez de produto nos EUA.

Os operadores não levaram em conta as exportações semanais referentes à temporada 2014/15, que ficaram em 315.200 toneladas na semana encerrada em 20 de fevereiro, bem abaixo do volume registrado na semana anterior que foi de 749.100 toneladas. 

Vale destacar que a demanda forte pelo produto norte-americano que já vinha sendo precificada, voltou a receber atenção dos operadores. 

Além disso, o mercado encontrou sustentação também na restrição de oferta na América do Sul em função do clima. Além das perdas pela estiagem, o excesso de chuvas começa a atrasar os trabalhos de colheita e pode prejudicar a safra do Mato Grosso, principal estado produtor do Brasil.

O analista de mercado da Granoeste Corretora, Camilo Motter, lembra que os números das perdas já começam a ser divulgados. " Goiás tem queda acentuada na ordem de 15 a 20%, no Rio Grande do Sul de 10 a 12%, Minas Gerais com perdas ao redor de 10%". Um total que pode representar uma redução entre 5 e 6 milhões de toneladas na oferta brasileira do grão. Mesmo que haja uma safra recorde nos EUA, como o USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - estimou na semana passada durante o Fórum Internacional de Agricultura, com essa quebra na América do Sul, os preços tendem a se manter firmes pela frente. " E no momento que partimos para cotações acima de US$14,00/bushel o mercado tende a ser bastante volátil com muitas ordens de compras disparadas sobre o  contrato Maio, o que significa que podemos ver novos patamares de preços sendo testados".

 

 

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Fonte: Notícias Agrícolas

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