Soja continua movimento de alta firme nesta terça; milho e trigo também sobem na CBOT
Com o recuo de Vladimir Putin, que retirou as tropas russas da Ucrânia, o mercado internacional mostra-se mais calmo nesta terça-feira (4). A soja continua acompanhando o movimento de alta no mercado internacional, causada pelos fundamentos (baixos estoques e demanda contínua da China), com bastante volatilidade. Por volta das 14h o vencimento maio mantinham alta de 14 pontos. Para a safra do Brasil, os números mantém a base de US$14/bushel, com o contrato março/14 valendo US$14,20 e o contrato maio/14 valendo US$14,22.
As demais commodities (milho e trigo principalmente) passaram a realizar lucros. Milho e trigo também estão bastante voláteis, depois da alta expressiva de ontem. Já o café recua 610 pontos, também em movimento de realização de lucros, com notícias de chuvas no sul de Minas brasileiro.
De acordo com o analista Stefan Tomkiw, da Jefferies (corretora de commodities de Nova Iorque), alguns sinais do mercado reforçam um cansaço do movimento de alta e o mercado busca alguma realização de curto prazo, mas para a soja os fundamentos permanecem altistas.
O analista aponta que os números de embarques semanais de soja divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) nesta segunda-feira (3) não indicaram uma retração na demanda, o que significa que os estoques americanos podem ficar escassos.
No Brasil, as áreas produtoras sofreram perdas com a estiagem no início do ano. No Mato Grosso, o excesso de chuvas atrapalhou a colheita. No entanto, segundo o Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), os produtores já começaram a colher na última semana, com um avanço de 11,2% na colheita.
Trigo e Milho - Para o trigo e o milho, os mercados se encontram um pouco mais calmos devido à declaração feita por Vladmir Putin, presidente da Rússia, para retirar as tropas do país que estavam na Ucrânia, grande exportador de ambos os cereais. No entanto, segundo Tomkiw, esta é uma situação que o mercado ainda não considera como resolvida.
A previsão era de que a Ucrânia deveria ser a terceira maior exportadora de milho deste ano, depois de Brasil e Estados Unidos, exportando cerca de 18,3 milhões de toneladas. As exportações de trigo também deveriam aumentar de 7,1 milhões para 9,5 milhões de toneladas.
Com a tensão na Ucrânia, o trigo havia alcançado sua maior alta desde 2012, de acordo com a agência de notícias Bloomberg. A Bloomberg também aponta que a reação seguida pela tensão na região da Crimeia pode ter sido "exagerada".