Soja: Após altas, preços operam com ligeiras quedas em Chicago

Publicado em 14/03/2014 08:32

Após as altas registradas na sessão anterior, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com leves quedas nesta sexta-feira (14). Por volta das 8h19 (horário de Brasília) as principais posições da commodity exibiam perdas entre 2 e 6,50 pontos.

Segundo analistas, apesar das baixas, os fundamentos do mercado são positivos. Frente à demanda aquecida, os estoques norte-americanos estão ajustados. Até o momento, o volume de soja comprometida é de 44,26 milhões de toneladas e a estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) é de 41,64 milhões de toneladas.

Além disso, há as preocupações com a safra da América do Sul devido às adversidades climáticas. No Brasil, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) já revisou para baixo a estimativa para a safra de soja do país para 85,4 milhões de toneladas.

Veja como fechou o mercado na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (13):

Por Carla Mendes

Nesta quinta-feira (13), os futuros da soja reagiram na Bolsa de Chicago após três sessões consecutivas de perdas expressivas essa semana. O mercado recuperou o fôlego voltando aos seus fundamentos, principalmente nos estoques norte-americanos que estão historicamente apertados e uma demanda muito forte pelo produto dos Estados Unidos.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou seu novo boletim de exportações semanais e, na semana que terminou no dia 6 de março, as vendas de soja totalizaram 113,5 mil toneladas. Na semana anterior, o volume foi de 772,7 mil toneladas. Da temporada 2014/15, o total das vendas foi de 776,9 mil toneladas e, somado ao total da safra atual ficou acima do esperado pelo mercado, que apostava em algo entre 100 mil e 675 mil toneladas. 

Como explicou o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest, com esse volume divulgado nesta quinta, o total de soja norte-americana já comprometida chega a 44,26 milhões de toneladas, contra a última estimativa do USDA  de 41,64 milhões de toneladas. 

Esses números acabam, ainda como explicou Araújo, mantendo a tendência positiva para os preços, uma vez que reforçam e agravam o ajuste no quadro de oferta e demanda. Além disso, esse é um momento em que o consumo deveria estar se deslocar aos poucos para a América do Sul, como tradicional e sazonalmente acontece. 

"O mercado vinha em alta desde 2 de janeiro, em uma tendência altista. Mas os fundamentos não mudaram muito, continuam altistas, mas, há momentos em que os investidores e especuladores, que não lidam com o físico, aproveitam esses momentos para garantir lucros", diz Steve Cachia, analista de mercado da Cerealpar.

Completando o cenário, o mercado passa a observar também a menor safra que virá da América do Sul, principalmente por conta das perdas na produção brasileira em função de condições climáticas adversas. A Conab (Companhia Nacional Abastecimento) reduziu em 5% sua estimativa para a produção, passando de 90,01 milhões de toneladas para 85,4 milhões de toneladas. 

"O Brasil terá uma safra menor, os estoques nos EUA estão historicamente apertados e para o quadro ficar baixista são necessários números elevados, porque até a entrada da safra americana em setembro de 2014, a situação da oferta não está confortável, diz Cachia.   

Milho - Os preços do milho fecharam o pregão desta quinta-feira (13) em queda na Bolsa de Chicago. As baixas, no entanto, foram pouco expressivas e refletiram um movimento de realização de lucros e também de vendas mais significativas por parte dos produtores norte-americanos. 

Segundo analistas, nos Estados Unidos, os agricultores estão procurando aliviar os seus estoques, aumentando suas vendas, além da disponibilidade de milho no mercado e, ao mesmo tempo, se preparando para o plantio da safra 2014/15.

As exportações semanais norte-americanas, das duas safras - 2013/14 e 2014/15 - divulgadas nesta quinta-feira (13) ficaram dentro das expectativas do mercado. O volume total foi de 787 mil toneladas, enquanto se esperava algo entre 500 mil e 1,3 milhão de toneladas. 

A demanda ainda forte e expressiva pelo grão norte-americano confirma fundamentos também positivos para esse mercado, ao menos no curto prazo, e também dão suporte aos preços nesse momento, limitando as baixas no pregão desta quinta. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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