Soja: Preços têm cenário favorável, mas registra realização de lucros
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam em queda nesta quinta-feira (10). O mercado internacional opera com intensa volatilidade nesse mês de abril, um movimento que já vinha sendo confirmado por analistas há alguns meses. Assim, esse recuo registrado hoje reflete um movimento de realização de lucros e correção técnica após as expressivas altas de ontem.
Os números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foram positivos para o mercado, porém, ficaram dentro das expectativas dos traders, o que impediu que o mercado atuasse com mais força.
Ainda assim, os dados do departamento norte-americano confirmaram a força dos fundamentos para o mercado, uma vez que deixaram ainda mais evidente a escassez de soja nos Estados Unidos, com as estimativas para as importações pelos EUA elevada a um nível recorde - de 1,77 milhão de toneladas - e o número chamado de residual levado a zero, contra 330 mil toneladas do boletim anterior. Ao mesmo tempo, confirmou também a força da demanda, elevando sua projeção das exportações de 41,6 para 43 milhões de toneladas.
Segundo Liones Severo, consultor de mercado do SIM Consult, o cenário, frente à essa escassez de produto nos EUA, é extremamente favorável para os preços no mercado internacional. Os fundamentos permanecem no foco dos investidores e são a base de sustentação para as cotações da commodity.
Entretanto, reforça essa volatilidade acentuada pela qual os preços da soja devem passar agora em abril. "Esse é o mês dos financeiros, mês de muitas notícias, muitos boatos que tentarão desestabilizar e derrubar o mercado, mas a tendência ainda é positiva e o cenário é muito bom", diz Severo.
Nesta quarta-feira (9), os preços da soja alcançaram os melhores patamares em 10 semanas na Bolsa de Chicago e, depois disso, passam por essa correção. Por volta de 12h50 (horário de Brasília), as perdas dos vencimentos mais negociados variavam entre 5,75 e 17 pontos. O contrato maio/14 era cotado a US$ 14,78, com queda de 16,75 pontos, e o julho valia US$ 14,61 por bushel.