Soja: Mercado fecha pregão em queda frente ao feriado nos EUA

Publicado em 03/07/2014 17:40

Em véspera do feriado do Dia da Independência nos EUA, comemorado nesta sexta-feira (4), os contratos futuros da soja encerraram o pregão em queda na Bolsa de Chicago (CBOT). Ao longo das negociações, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e fecharam a sessão com perdas entre 4,75 e 15,00 pontos. O vencimento agosto/14 era cotado a US$ 12,99 por bushel.

Segundo o analista de mercado da FCStone, Glauco Monte, frente ao feriado, os investidores buscaram um melhor posicionamento e liquidaram as suas posições. O mercado só retomará as operações na próxima segunda-feira (7). O analista também destaca que o mercado ainda busca notícias que deem suporte aos preços da oleaginosa, entretanto, as informações reportadas nesta quinta-feira foram baixistas e contribuíram para pressionar os futuros da commodity.

No início desta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas para a exportação referente à safra 2013/14 em 40,6 mil toneladas de soja até a semana encerrada no dia 26 de junho. O volume representa uma queda de 87% em relação à última semana, na qual, 317,2 mil toneladas foram exportadas, e 70% na média das últimas quatro semanas.

Até o momento, no acumulado do ano safra, as vendas de soja somam 45.516,0 milhões de toneladas, número acima do projetado pelo departamento norte-americano, de 43.550,0 milhões de toneladas.  Da safra 2014/15, o número divulgado pelo departamento foi de 431,2 mil toneladas no mesmo período. O número é menor do que o reportado na última semana, de 457,7 mil toneladas de soja. Destinos desconhecidos foram os principais compradores do produto norte-americano.

Safra nos EUA

Ainda na visão do analista, outro fator que também pressiona os preços são as projeções de safra recorde nos EUA, acima de 100 milhões de toneladas na safra 2014/15. “Caso se confirme, a situação muda o cenário de preços que tivemos nos últimos dois anos, pois teremos uma recomposição dos estoques nos EUA. Isso tira o suporte dos preços”, explica Monte.

Por enquanto, o clima permanece favorável ao desenvolvimento da safra e cerca de 72% das lavouras apresentam boas ou excelentes condições, segundo último boletim do USDA. E a área destinada à oleaginosa é de 34,2 milhões de hectares, fator que segundo analista, também ajudou a exercer pressão negativa sobre os preços.

Com isso, os preços da oleaginosa poderão se acomodar em patamares mais baixos e o novembro/14 poderá chegar próximo de US$ 11,00 por bushel, conforme destaca o analista. “As lavouras se desenvolvem bem, mas poderemos ter umas duas semanas sem chuvas e temperaturas mais quentes em meados de julho, o que poderia deixar o mercado nervoso mais adiante, mas, por enquanto, a perspectiva não é essa”, ratifica Monte.

Argentina

A colheita da soja na Argentina atingiu 97,4% da área cultivada nesta safra, informou o boletim da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Na safra 2013/14, os produtores argentinos deverão colher em torno de 55,5 milhões de toneladas de soja, um crescimento de 14,4% frente ao colhido na temporada anterior, de 48,5 milhões de toneladas. Cerca de 20,35 milhões de hectares foram cultivados nesta safra, número acima do ano passado, no qual, em torno de 19,7 milhões de hectares foram destinados à oleaginosa.

Brasil

Enquanto isso, no Brasil, os prêmios pagos nos Portos permanecem positivos. Ainda assim, o analista destaca que é um momento delicado ao produtor brasileiro, uma que vez com a confirmação de uma safra recorde nos EUA, será suficiente para atender a demanda. “Com as eleições esse ano e os dados da economia norte-americana, podemos ter um câmbio mais forte, porém o produtor deve ter atenção e adotar uma estratégia prudente nesse momento”, orienta Monte. 

No Porto de Paranaguá, a saca da oleaginosa foi negociada a R$ 70,00, nesta quinta-feira. No mercado brasileiro, o dia foi de poucos negócios devido às quedas em Chicago e a desvalorização do dólar, que terminou a quinta-feira cotado a R$ 2,21, com queda de 0,58%. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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