Soja: Na CBOT, mercado amplia perdas com foco na safra dos EUA

Publicado em 03/09/2014 12:53

Durante o pregão desta quarta-feira (3), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas. Por volta das 12h20 (horário de Brasília), as principais posições da oleaginosa apresentavam quedas entre 17,25 e 27,25 pontos. O contrato novembro/14 era cotado a US$ 10,14 por bushel, com baixa de 1,74% em relação ao fechamento da sessão anterior, de US$ 10,32 por bushel.

Segundo o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, explica que o mercado foca as perspectivas de crescimento na produtividade das lavouras tanto de soja, como de milho nos Estados Unidos. No caso da oleaginosa, o rendimento pode chegar a 53,12 sacas por hectare na próxima safra. No último relatório de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projetou o número 51,47 sacas por hectare.

"Isso resultaria em um incremento de 3 milhões de toneladas de soja à safra norte-americana", afirma Motter. Atualmente, a expectativa é que os produtores estadunidenses colham número próximo de 104 milhões de toneladas de soja na temporada 2014/15. 

Ainda nesta terça-feira, o departamento informou que cerca de 72% das lavouras de soja apresentam boas ou excelentes condições. Na semana anterior, o índice era de 70%. Em relação à semana anterior, o volume de lavouras em situação regular passou de 23% para 22%. Enquanto que, o índice de lavouras da oleaginosa em condições ruins ou muito ruins caiu de 7% para 6%.

O órgão também informou que, em torno de 95% das lavouras de soja apresentam formação de vagens, contra 90% reportado na semana anterior e 95% da média dos últimos cinco anos. Os dados foram colhidos até o dia 31 de agosto.

"Estamos em um momento que deveria ocorrer uma redução no índice de lavouras em boas ou excelentes condições. Contrariamente, o USDA reportou um aumento nesse número e surpreendeu o mercado", diz o economista.

Em contrapartida, a demanda pela soja permanece aquecida, mas, no momento, a perspectiva de grande safra nos EUA pesa sobre os preços. “A demanda continua firme, porém, não a ponto de absorver essa perspectiva de oferta adicional, não só nos EUA, mas também na América do Sul. Com isso, teremos um aumento nos estoques”, destaca o economista.

Na análise técnica, a tendência é de preços mais baixos para todos os vencimentos da soja, conforme o relatório da ODS (Serviços em Agronegócio) divulgado nesta quarta-feira.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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