Soja ganha força e opera com ganhos de dois dígitos na Bolsa de Chicago

Publicado em 25/11/2014 12:06

Os preços da soja vem ampliando seus ganhos na sessão regular desta terça-feira (25) na Bolsa de Chicago e, por volta de 12h30 (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam mais de 10 pontos, com os contrato janeiro e maio/15 valendo, respectivamente, US$ 10,45 e US$ 10,56 por bushel. Analistas internacionais ouvidos pela agência de notícias Bloomberg atribuem mais essa alta à força da demanda, a qual vem sendo confirmada pelas boas notícias vindas nos últimos dias. 

Os embarques semanais dos Estados Unidos superaram, ligeiramente, as expectativas do mercado de acordo com o último boletim divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), e o volume acumulado no ano comercial também fica do registrado no mesmo período da temporada anterior. Além disso, o departamento trouxe ainda, ontem, uma nova venda de soja em grão da safra 2014/15 para a China de 235 mil toneladas, além de mais de 170 mil toneladas de farelo da safra 2015/16 para a Tailândia. 

Por outro lado, a colheita nos Estados Unidos já na reta final - com 97% concluída até o último domingo (23) - marca uma 'normalização' da oferta, segundo explica o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, e pesa sobre os preços, ou atua como um fator que limita os ganhos em Chicago. 

"A colheita está em linha com o ritmo do ano passado e da média histórica, a demanda continua em bom nível - apesar de alguns percalços logísticos -, mas a oferta está se normalizando, o produtor americano veio a mercado um pouco mais nos últimos dias, tivemos chuvas melhores no Brasil, então, não ná um fato novo nessa que é uma semana mais calma para os negócios", explica. "A oferta maior é um elemento de baixa, mas não é o único elemento que deve ser focado, a demanda é a contraparte dessa oferta e tem se mostrado forte, com a China comprando bem, e negócios sendo registrados já para a próxima safra (...) Parece que aquele fantasma de preços abaixo dos US$ 10,00 já ficou no passado", completa. 

Para Motter, além dessas informações de oferta de um lado e demanda do outro, o mercado ainda conta com uma forte influência do comportamento do clima na América do Sul daqui em diante, já que esse deve ser um fator decisivo para o delinear da nova safra - que já se mostra bastante irregular devido às adversidades climáticas. "Devemos analisar todos os aspectos, onde eu destaco a finalização da safra americana, a forte demanda e o fator principal, no meu modo de ver, o comportamento climático na América do Sul", diz. 

Semana mais curta para o mercado

Nesta quinta-feira, 27 de novembro, comemora-se o feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, quando as bolsas por lá não funcionam e na sexta-feira seguinte só por meio período, e por isso, a semana deverá ser mais tranquila para os negócios, como tradicionalmente acontece nessa época do ano. 

"Os futuros dos grãos se mostram 'presos em suas rotinas' e aparentando que safras recorde ao redor do mundo podem não ser uma coisa tão ruim. Mesmo que os preços não possam subir muito, eles também não despencam e rompem patamares de suporte também. Esse padrão de movimentação para os negócios é típico das vésperas de feriado, ainda mais que um grande e importante relatório do USDA (mensal de oferta e demanda) só será divulgado em 12 de janeiro (apesar do boletim de dezembro)", explicou o analista de mercado e editor sênior do site norte-americano Farm Futures. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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