Soja: Bolsa de Chicago tem dia de realização de lucros e fecha em baixa nesta 6ª feira

Publicado em 01/05/2015 16:45

Nesta sexta-feira (01), os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago (CBTO) fecharam com perdas consideráveis. Nos principais vencimentos, pode-se observar quedas de dois dígitos, em que o vencimento Maio/15 fechou em US$ 9,68 por bushel, com queda de 10 pontos. Já o Julho/15 encerrou a sessão a US$ 9,64 por bushel, com perdas de 11 pontos. 

Em alguns momentos foi possível observar quedas ainda maiores, em que o contrato Maio/15 chegou atingir US$9,64 por bushel e o Julho/15 a US$ 9,61 por bushel. Segundo informações do Analista da Jefferies, Stefan Tomkiw, a bolsa teve um dia calmo pois em alguns países da Europa e também no Brasil o dia foi de feriado. Com isso, não houve compradores e o mercado teve um dia de realização de lucros, após altas registradas no início da semana. 

Ainda segundo o analista, as altas registradas anteriormente podem ser consideradas atípicas por haver motivos de pressão para o mercado, como os fatores climáticos e o avanço do plantio nos Estados Unidos, visto que o mercado internacional segue acompanhando as condições e o desenvolvimento das lavouras no Meio-Oeste americano. Além disso, segundo o editor do site Farm Futures, Bob Burgdorfer, a valorização do dólar frente a outras moedas internacionais também levaram os preços à baixa da sessão de hoje.

Com o feriado do Dia do Trabalho, as principais praças de comercialização não funcionaram no Brasil. Confira informações do mercado interno desta quinta-feira (30), por Carla Mendes:

Mercado Interno

No Brasil, os negócios seguem pontuais e a comercialização segue sem muito ritmo, uma vez que a recuperação das cotações no mercado interno ainda são tímidas e insuficientes para trazerem o produtor de volta às vendas. O dólar mais baixo em relação aos patamares observados há algumas semanas tem sido o principal fator de pressão sobre os preços. 

>> Dólar sobe 1,9% e volta a R$3, mas ainda recua em abril

A retenção de soja - que não acontece só no Brasil, mas também na Argentina -, tem se dado com o produtor aguardando novos bons momentos para comercializar e esse, ainda de acordo com analistas, também acaba sendo um fatorfator de suporte para o mercado, segundo explica o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica. Além disso, há ainda as incertezas para o sojicultor brasileiro sobre o crédito que será disponibilizado para o custeio da safra 2015/16, o que também compromete o planejamento da comercialização e da aquisição de insumos para a nova temporada. 

"Até a terceira semana de abril, o Brasil havia exportado 13,1 milhões de toneladas de soja em grão, contra 17,3 milhões no mesmo período da temporada anterior, uma queda de 25% nas vendas. E isso decorre da insegurança, da incerteza em vender por parte do produtor de negociar nesses últimos meses - entre março e abril - em decorrência da volatilidade do câmbio", diz. 

Nesta quinta-feira, com o dólar voltando a operar acima dos R$ 3,00 e fechando o dia com quase 2% de alta, as cotações da soja nos portos brasileiros subiram ligeiramente. O mercado encontrou sustentação também nos prêmios nos portos, os quais se mantêm positivos e contribuindo para a formação dos preços no Brasil. 

Em Paranaguá, prêmio de 64 cents de dólar na entrega maio/15, 65 para junho e julho/15 - alta de 1,56% - e 72 para agosto, com baixa de 4% em relação aos últimos dias. No terminal paranaense, a soja para entrega julho/15 terminou o dia com R$ 69,00 por saca. Já no porto de Rio Grande, alta de 0,59% para o produto disponível, que ficou em R$ 68,40, e de 0,56% para a soja para maio/16, que terminou o dia valendo R$ 72,40. 

 

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Por: Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas

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