Incerteza econômica deve levar sojicultor a “conservadorismo” na Argentina, diz consultor

Publicado em 24/06/2015 07:32

A situação política na Argentina deve legar o sojicultor do país a uma postura “conservadora”, com expectativa de manutenção da área plantada para a safra 2015/2016. Foi o que afirmou o diretor da consultoria Agripac, Pablo Adreani, durante o 7º Congresso Brasileiro de Soja, realizado em Florianópolis (SC). Para ele, a produção de soja do país deve ficar entre 58 e 60 milhões de toneladas. “Estamos em ano eleitoral. A incerteza econômica é muito grande em relação à taxa de câmbio, aos juros. E a influência sobre a decisão do agricultor é muito alta. Eu acredito que 80% dos produtores não estão vendendo soja. Deve haver um maior volume de vendas no mês de julho porque o produtor tem que pagar suas dívidas”, disse Adreani.  

Na Argentina, o setor rural tem manifestado oposição ao governo de Cristina Kirchner. Recentemente, entidades representativas dos produtores, como a Federação Agrária Argentina (FAA) anunciaram adesão a uma paralisação geral realizada no início deste mês no país. Os produtores cobram, principalmente, mudanças nas políticas de incentivo à produção e à comercialização de commodities agrícolas.

Mais prejudicados do que a soja pela política econômica argentina estão o milho e o trigo, afirmou o consultor. De acordo com Pablo Adreani, as vendas dos dois produtos estão mais difíceis em função de decisões do governo de suspender exportações, “derrubando” o mercado interno. No caso domilho, “com pouco ânimo do produtor para semear”, a produção Argentina deve ficar entre 20 e 22 milhões de toneladas.

Em relação ao trigo, a expectativa também é de uma área plantada menor. Desta forma, a safra argentina do cereal deve variar de oito a nove milhões de toneladas. Uma situação que pode afetar o Brasil, que tem no país vizinho um importante fornecedor. “A argentina perdeu o mercado brasileiro porque travou as exportações. E os moinhos brasileiros estão comprando de outros lugares. A Argentina deixou o mercado brasileiro nas mãos de seus concorrentes.”

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Fonte: Revista Globo Rural

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