Soja: Mercado mantém estabilidade na CBOT nesta 4ª; no Brasil, busca de suporte no dólar

Publicado em 14/09/2016 08:34

No início da tarde desta quarta-feira (14), o mercado internacional da soja seguia operando com estabilidade, após duas sessões consecutivas de fortes baixas na Bolsa de Chicago. Por volta de meio dia (horário de Brasília), o contrato setembro/16 perdia 0,50 ponto e era cotado a US$ 9,67 por bushel, enquanto os demais subiam pouco mais de 3 pontos, levando o novembro/16 a US$ 9,47. 

"O mercado, no geral parece, de ressaca. De um lado, sem notícias fundamentais altistas e do outro sem novidades  baixistas, além das já conhecidas, como as grandes safras mundiais que estão chegando ao mercado", explica o Ginaldo Sousa, analista de mercado da Labhoro Corretora.

E o tempo não é só de calma para a movimentação das cotações em Chicago, mas também para a comercialização dos grãos norte-americanos neste momento, segundo relatam analistas internacionais. Embora a demanda seja elevada pela soja e derivados dos EUA - o que vem sendo semanalmente confirmado pelos números de embarques e vendas para exportação - novos negócios acabam ficando travados diante de preços nada atrativos nesse momento. 

Em seu reporte diário, o analista sênior do portal Farm Futures recomenda aos produtores norte-americanos, neste momento, que "se boas vendas já fpram feitas com bons níveis de renda, o momento é de espera" e observação de como será a resposta sobre se a demanda será suficiente para absorver toda essa oferta. Por ora, a ponta demandadora do mercado, ainda de acordo com analistas, tem sido o suporte principal das cotações. 

Além dos fundamentos, a influência do financeiro global também tem sido maior nos últimos dias, principalmente com a movimentação do dólar e do petróleo. E nesta quarta, o dólar index passa a recuar ligeiramente após as fortes altas das sessões anteriores - com queda de 0,28%, perto de 12h35 -. Já os futuros do petróleo, que testaram uma recuperação na manhã de hoje, voltaram a recuar de forma expressiva e, no mesmo momento, perdia mais de 2%, voltando à casa dos US$ 43,00 por barril em Nova York. 

"O petróleo virou para baixo e, em dia de agenda vazia, seguem as preocupações com as eleições norte-americanas e com a possibilidade de o Fed subir juro na próxima semana", disse o estrategista-chefe Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno em entrevista à agência de notícias Reuters, justificando um novo dia de altas para o dólar comercial frente à uma cesta de principais moedas.

Por volta de 12h40, a divisa americana subia 0,29% e era cotada a R$ 3,32, neutralizando, portanto, as baixas observadas na abertura dos negócios desta quarta. Dessa forma, os preços da soja nos portos brasileiros buscavam também recuperar seu fôlego, mas sem muita força. 

Em Rio Grande, o produto disponível subia 1,02% para R$ 79,00 por saca, enquanto no mercado futuro o ganho era de 0,64% para R$ 78,50.  

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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