Preço da soja dispara na China com temores sobre oferta diante de guerra comercial

Publicado em 08/08/2018 09:45

PEQUIM (Reuters) - Os preços de soja e do farelo de soja na China saltaram nesta quarta-feira, com os grãos registrando seu maior ganho diário em uma década, já que dados sobre a queda nas importações do grão provocaram preocupações relacionadas à oferta, conforme se acirra a disputa comercial entre Washington e Pequim.

A China, maior comprador de soja do mundo, importou 8,01 milhões de toneladas de soja em julho, queda de 8 por cento em relação ao volume de 8,70 milhões de toneladas de junho, segundo dados da Administração Geral de Alfândega do país.

Pequim impôs em 6 de julho tarifa de 25 por cento em uma lista de produtos norte-americanos, incluindo soja, em resposta a ações dos EUA sobre bens chineses de valor semelhante.

Embora os estoques na China permaneçam próximos de recordes depois que as indústrias acumularam grãos brasileiros, preparando-se para a tarifa, os analistas disseram que a queda nas importações gerou preocupações sobre o fornecimento no quarto trimestre, quando a oferta do Brasil estará esgotada e a próxima safra dos EUA começa.

Os Estados Unidos são o segundo maior fornecedor de soja da China, depois do Brasil.

"Agora estamos chegando perto da temporada de soja dos EUA, (em setembro) notícias como a escalada da guerra comercial e as importações em queda terão um impacto maior nos preços", disse Pan Tiantian, analista da Zheshang Futures.

Os contratos futuros de soja mais ativos negociados na bolsa de Dalian, para entrega em janeiro, subiram 3,95 por cento, para fechar a 3.789 iuanes (555,93 dólares) por tonelada, nesta quarta-feira, seu maior ganho em um dia desde 2008.

O contrato de futuro do farelo de soja para entrega em janeiro fechou em alta de 2,43 por cento, a 3.289 iuanes por tonelada, após atingir 3.302 iuanes, o maior nível desde o início de abril.

    (Reportagem de Hallie Gu e Josephine Mason)

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Fonte: Reuters

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