Soja fecha com leves altas na CBOT e mercado especula acordo entre China e EUA

Publicado em 01/03/2019 17:50

Os preços da soja fecharam o pregão desta sexta-feira (1) com leves altas na Bolsa de Chicago. O mercado, ainda muito técnico e lateralizado, chegou a testar os dois lados da tabela durante o dia, como tem sido bastante comum, sempre com variações tímidas, para fechar os negócios subindo entre 1,50 e 1,75 pontos nos contratos mais negociados. 

O vencimento maio/19, que é o mais negociado neste momento, ficou em US$ 9,11, enquanto o agosto terminou a semana valendo US$ 9,31 por bushel. As cotações seguem atuando no mesmo intervalo há meses com a falta de novidades, especialmente, sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos. 

Entretanto, as novas especulações dando conta de que um acordo entre os dois países estaria pronto para ser assinado por Donald Trump e Xi Jinping em meados de março renovou os ânimos do mercado. A reação, no entanto, também é limitada. 

"O mercado só irá reagir ao otimismo quando Xi Jinping confirmar a agenda para o encontro na Flórida, em meados de março. Já temos um ano de novela. A especulação calejou! Não vai ser noticiário que vai sustentar os preços", diz Matheus Pereira, diretor da ARC Mercosul.

Trata-se de uma ordem executiva de aproximadamente 150 páginas e que precisaria de mais alguns ajustes para que seja, enfim, assinada por Donald Trump e Xi Jinping.Isso se dá, ainda segundo a agência, mesmo com alguns debates ainda acontecendo em Washington sobre alguns pontos em que Pequim poderia fzer algumas concessões.  

Leia mais:

>> China x EUA: Acordo estaria pronto para ser assinado em meados de março por Xi e Trump

Nesse ritmo, principalmente de um esgotamento das especulações diante de tantos boatos não confirmados, as informações de outras frentes do mercado como a conclusão da safra da América do Sul ou as projeções para a nova safra norte-americana perderam terreno. 

Uma leve desaceleração da colheita no Brasil, a necessidade de chuvas em algumas regiões importantes de produção e uma considerável redução de área projetada para os EUA se tornaram, ao menos por enquanto, fatores marginais. 

Preços no Brasil

A falta de direção em Chicago, depois de uma semana movimentada para os preços no Brasil, parece ter chegado ao mercado nacional e os indicativos terminaram a sexta-feira pré-Carnaval com estabilidade.

Nos portos, as cotações perderam 0,65% nas principais referências, com a soja disponível fechando em R$ 76,50 em Paranaguá e R$ 76,00 em Rio Grande. Para março, R$ 77,00 e R$ 76,50, respectivamente. 

No interior, algumas praças de comercialização registraram algumas pequenas altas, principalmente em Goiás, no Paraná e Rio Grande do Sul. 
 
 
A cada dia cresce a convicção do mercado de que chineses e americanos caminham definitivamente para o fim da Guerra Comercial. Informações apontam que Trump e Xi Jinping se encontrarão na terceira semana de março nos Estados Unidos para assinatura do acordo final. A promessa chinesa de comprar anualmente US$30 bilhões “adicionais” em produtos agropecuários americanos é até espantosa, tendo em vista que no auge do comércio entre os dois países este montante não ultrapassou os US$20 bilhões. Para que isso seja viável uma enorme mudança na “paisagem” da agricultura norte-americana será necessária, com projeções extremamente altistas para os produtores do país. 
 

Enquanto negociam, o Brasil vem registrando um ótimo ritmo de exportações de soja neste início de 2019. Mas com o acordo já iminente, até quando essa demanda continuará?

Tags:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Em Chicago, óleo despenca mais de 3% e pressiona ainda mais preços da soja nesta 3ª feira
Anec faz leve ajuste na exportação de soja do país em abril, que deve cair ante 2023
Apesar de altas no farelo e baixas intensas no óleo, soja trabalha com estabilidade em Chicago nesta 3ª
Soja em Chicago tem muita oscilação nesse inicio de semana, mas encerra com leves ganhos por conta da greve de processadores na Argentina
Greve na Argentina leva farelo a subir mais de 2% e soja acompanha altas em Chicago nesta 2ª