Soja intensifica perdas em Chicago nesta 2ª, mas mantém foco sobre clima nos EUA

Publicado em 15/07/2019 12:00

Perto de 11h30 (horário de Brasília), os preços da soja recuavam pouco mais de 9 pontos nos principais contratos negociados na Bolsa de Chicago. Assim, o agosto tinha US$ 9,03 e o novembro, US$ 9,21 por bushel neste início de tarde de segunda-feira (15). O mercado intensificou suas baixas, depois de iniciar o dia atuando com ligeiras perdas somente. 

O mercado parece se ajustar depois da última semana, quando os futuros da commodity subiram de forma considerável na CBOT, com ganhos acumulados somente para o vencimento agosto de mais de 26 pontos e buscando um equilíbrio antes de novas informações sobre a safra norte-americana. 

Além do mais, as commodities agrícolas recuam de forma generalizada e, entre os grãos, as baixas são lideras pelo trigo em Chicago. Ainda assim, os traders não tiram os olhos do clima no Meio-Oeste norte-americano. 

"Diferentes previsões meteorológicas podem ajudar ou prejudicar as lavouras que já sofrem por um estresse causado por um período difícil de desenvolvimento", explica o analista internacional sênior Bryce Knorr, do portal Farm Futures. 

Para os próximos dias, a preocupação maior se dá diante das previsões que indicam em uma parte grande do centro e oeste do Meio-Oeste americano nada mais do que rápidas pancadas de chuvas nesta semana, a qual deverá marcar dias ainda mais quentes, com temperaturas acima da média, mostra o agrometeorologista sênior, Bryce Anderson, do DTN The Progressive Farmer. 

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>> Previsões ainda indicam tempo quente e seco e lavouras sofrem no Corn Belt

Nesta segunda, o mercado espera que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traga uma nova redução no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições no país, para algo entre 51% e 52%, contra 53% da semana anterior e frente à media para o período de 71,4%. O relatório com esses dados chega às 17h (Brasília), pós fechamento da CBOT. 

Ainda na atenção dos players está também a guerra comercial e a falta de avanço nas conversas entre China e Estados Unidos. Embora as negociações tenham sido retomadas, poucas mudanças foram observadas e a pressão do conflito sobre as cotações continua. 

"Até o momento a China não foi adiante com as grandes compras de bens agrícolas norte-americanos, sugeridas pelo presidente Donald Trump no encontro do G20. A China continua argumentando com a administração Trump sobre como as tarifas prejudicam sua economia e que não irão deixar de dar suporte para indústrias apoiadas pelo estado. A menos que a China concorde em assinar o acordo que estava sendo negociado em maio, a guerra comercial deve se perpetuar nos próximos meses", explica o Grupo Labhoro.

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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