Soja fecha com leves altas em Chicago mas preços no BR estão distantes do alvo dos vendedores

Publicado em 04/02/2020 18:04

Os preços da soja brasileira continuam variando entre R$ 85,00 e R$ 86,00 por saca nos principais portos brasileiros e os atuais patamares afastam os vendedores neste momento, esfriando ligeiramente o ritmo dos negócios no Brasil. Ainda assim, com a vantagem cambial, o produto brasileiro segue como o mais competitivo do mundo, e ainda atraindo os compradores. 

"Os vendedores querem esperar para ver e querem números maiores", diz Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Matheus Pereira, da RCl, confirma que a concentração de compras da China ainda se mantem por aqui. "Nós acreditamos que essa matriz de demanda de soja chinesa definida no pós-guerra comercial será mantida, ou seja, a concentração de novas compras focadas no Brasil, por conta dos preços mais baratos, mais atrativos", diz  

No paralelo, segundo o analista, o que pode mudar efetivamente o quadro de consumo da nação asiática é o agravamento da Peste Suína Africana, que ainda não foi controlada, ou da Gripe Aviária, que já provocou o abatimento de alguns milhares de animais. 

O Brasil fechou janeiro com exportações de soja de 1,49 milhão de toneladas. Embora o volume se mostre menor do que no mesmo período do ano passado, é maior do que as expectativas iniciais, de 1,2 milhão/t. Essa 'desaceleração', no entanto, se deu por menor disponibilidade de produto. 

Leia mais:

>> Soja: "China está comprando menos agora para comprar mais depois", diz analista

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, em um dia de recuperação técnica, os futuros da soja terminaram o dia com pequenas altas de 1,75 a 2,50 pontos nos principais contratos. Assim, o março encerrou o dia cotado a US$ 8,79 e o maio a US$ 8,93 por bushel. 

Segundo explicam analistas internacionais, o mercado aproveitou o dia de menor aversão ao risco para subir ao lado das demais commodities agrícolas - soja e trigo também subiram na Bolsa de Chicago - e consolidando um ligeiro movimento de recuperação técnica. 

"O pior não passou, mas existe uma questão de o ser humano se acostumar com o fato. Apesar de ser um assunto preocupante, o coronavírus passou a ser um assunto corriqueiro", diz Fernando Pimentel, analista de mercado da Agrosecurity. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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