Soja registra prêmio de US$ 2,30 e testa os R$ 126,50/sc no porto de Rio Grande nesta 4ª

Publicado em 05/08/2020 16:40

Em sua última entrevista ao Notícias Agrícolas, em 27 de julho, o diretor do SIMConsult, Liones Severo, já havia alertado para a possibilidade de os prêmios para a soja brasileira voltarem aos 200 cents de dólar por bushel sobre os valores praticados na Bolsa de Chicago dada a relação oferta x demanda muito apertada no país. 

Nesta quarta-feira (5), Severo informa que os prêmios chegaram a alcançar valores de 230 cents e preços em R$ 126,50 por saca no porto de Rio Grande. Já no final de julho, o especialista já afirmava ainda: "virtualmente, a soja do Brasil acabou", e o cenário segue dando espaço para consecutivas altas fortes dos prêmios brasileiros. 

Relembre:

>> Prêmios da soja disparam nos EUA, Brasil e Argentina e, por aqui, podem voltar aos 200 cents sobre Chicago

E os prêmios têm sido um importante diferencial para os preços no mercado brasileiro, uma vez que em Chicago as cotações ainda encontram limite para consolidar altas consistentes e garantir patamares melhores. Ao mesmo tempo, o dólar, embora ainda alto e de volta aos patamar dos R$ 5,30, deve continuar se mostrando bastante volátil até o final do ano. 

A demanda ainda busca a soja do Brasil, enquanto a oferta disponível da safra 2019/20 se torna cada vez mais escassa. De acordo com as últimas projeções da ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), o país deverá encerrar o acumulado de seus primeiros oito meses com 76,54 milhões de toneladas da oleaginosa embarcadas, um volume 35,6% maior do que no mesmo período do ano passado. 

Da mesma forma, a DATAGRO trouxe um levantamento contabilizando não só os embarques, mas também a demanda interna - com o esmagamento, de janeiro a julho somando 27,33 milhões de toneladas - e mostrou que "no  acumulado do ano comercial, há um salto de 72,08 milhões de t de consumo para 93,76 milhões de toneladas".

Leia mais:

>> Demanda pela soja brasileira está mais alta com exportações quase 40% acima de 2019, estima DATAGRO

Assim, novos negócios têm se mostrado mais frequentes para a soja da safra 2020/21, a qual também já mostra suas vendas antecipadas acontecendo em ritmo recorde. O produtor agora adota uma postura mais cautelosa e de observação do mercado, ao menos para o restante da safra velha. 

BOLSA DE CHICAGO

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia com pequenas baixas de 1,75 a 3,50 pontos nos principais contratos, levando o o agosto a US$ 8,82 e o novembro a US$ 8,78 por bushel. 

A China comprou mais 192 mil toneladas de soja dos EUA nesta quarta-feira (5), segundo anúncio do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O volume total refere-se a produto da safra 2020/21. 

Um dos focos principais do mercado internacional é a movimentação da demanda da China pela soja norte-americana. A frequência é maior, porém, os volumes ainda são insuficientes para mexer com o mercado por mais tempo. 
Afinal, por outro lado, a oferta ainda pressiona as cotações ao sinalizar uma safra maior do que o inicialmente esperado para a temporada 2020/21. Na segunda-feira (3), mais uma vez o USDA trouxe um aumento no índice de lavouras em boas ou excelentes condições e as perspectivas de consultorias são de um aumento de produtividade da oleaginosa americana. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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