Sindicato de trabalhadores da indústria de soja argentina suspende greve após governo intervir

Publicado em 30/10/2020 18:34

BUENOS AIRES (Reuters) - O principal sindicato de trabalhadores em processadoras de oleaginosas da Argentina interrompeu antecipadamente uma greve de 24 horas nesta sexta-feira, após intervenção do governo do país que ordenou que funcionários e empresas voltem às mesas de negociação para chegar a um acordo sobre o pagamento de bônus relacionados à pandemia de coronavírus.

Daniel Succi, membro do Sindicato de Trabalhadores e Empregados de Indústrias de Oleaginosas do departamento de San Lorenzo, disse à Reuters que a greve, iniciada ao meio-dia (horário local), foi suspensa depois de o governo publicar um decreto de conciliação compulsória.

"A conciliação foi publicada e nós a obedecemos", disse Succi, acrescentando que uma reunião com as empresas do setor foi marcada para a próxima terça-feira, às 16h.

O sindicato, que representa trabalhadores da região onde o principal centro agroindustrial da Argentina está localizado, já havia promovido uma greve semelhante na semana passada, após uma proposta para o pagamento de bônus pela pandemia ficar aquém das expectativas.

Os trabalhadores buscam um pagamento de bônus mensais para o período a partir de abril por estarem trabalhando durante a pandemia, quando o governo argentino ordenou uma quarentena rígida, permitindo apenas atividades essenciais.

Succi disse que as empresas desejavam combinar o pagamento do bônus relacionado à pandemia ao bônus de final de ano, oferta que o sindicato rejeitou.

Ele acrescentou que a greve desta sexta-feira envolveu cerca de 4 mil trabalhadores e veio após o fracasso das negociações entre as partes mesmo na sequência de seis reuniões mediadas por autoridades do Ministério do Trabalho argentino.

Mais cedo, o presidente da câmara de processadoras e exportadoras de grãos CIARA-CEC, Gustavo Idígoras, havia afirmado que o governo publicou uma ordem de conciliação, mas que os trabalhadores "não estavam cumprindo com a conciliação obrigatória, causando sérios problemas."

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Fonte: Reuters

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