Soja cede forte em Chicago nesta 5ª feira com demanda melhor no mercado brasileiro

Publicado em 04/11/2021 17:52 e atualizado em 05/11/2021 08:12

Os preços da soja fecharam a quinta-feira (4) em queda no mercado, amargando baixas de mais de 1% entre as principais praças de comercialização - superando os 3% pontualmente, como foi o caso de Castro, no Paraná, levando a saca a R$ 160,00 - acompanhando as baixas agressivas registradas na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa no mercado internacional terminaram o dia com perdas de mais de 20 pontos nas posições mais negociadas. 

Nos portos, as cotações conseguiram encontrar suporte e fecharam o dia com estabilidade. E o movimento se deu mesmo diante de uma alta do dólar que foi mais contida do que o recuo da soja na CBOT. A moeda americana terminou a sessão com R$ 5,61 e alta de 0,29%. 

Assim, em Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 170,00 por saca e para fevereiro/22 com R$ 158,00. Já no terminal da Rio Grande, R$ 169,00 e e R$ 156,00 por saca, respectivamente. 

BOLSA DE CHICAGO

Segundo explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest, a pressão ainda vem da concorrência apertada entre Brasil e EUA pela demanda chinesa. 

As notícias são de que o Brasil segue fazendo novas vendas de soja para a nação asiática, com negócios tendo sido registrados ontem e hoje, para embarques dezembro e janeiro, e mais barata do que o produto dos EUA. A diferença está nos prêmios e também na maior qualidade da soja brasileira, tornando-se mais atrativa ainda para os importadores. 

"O Brasil já vem ganhando cada vez mais espaço dos EUA", explica Vanin. O gráfico abaixo, da Agrinvest, mostra quanta soja os chineses têm em seu nome no mercado norte-americano, volume bem menor do do que no mesmo período do ano passado. 

São menos de 20 milhões de toneladas (linha rosa) em nome dos compradores chineses no mercado norte-americano nesta temporada, contra mais de 31 milhões (linha preta) na comparação anual.  

Gráfico: Agrinvest Commodities

Ao lado da concorrência, pesa ainda sobre o mercado fundamentos já conhecidoss pelos traders. 

De um lado, o plantio no Brasil acontecendo em ritmo recorde e com cenário climático favorecendo os trabalhos de campo. De outro, a colheita americana se concluindo bem e com índices de produtividade acima do esperado, podendo inclusive levar o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a elevar sua estimativa de safra no próximo boletim mensal de oferta e demanda. 

E também segundo os analistas de mercado da Agrinvest, a perda da média móvel de 21 dias no contrato janeiro também contribui para a intensificação das baixas. "Graficamente, o suporte está nos US$ 12,03, patamar testado em 13 de outubro". 

 

Tags:

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja fecha em baixa na Bolsa de Chicago, enquanto dólar volta a subir frente ao real
Soja tem 6ª feira de movimentos tímidos em Chicago, mas passa a operar em queda
Soja retoma negócios em alta nesta 6ª em Chicago, após rally da véspera de Natal
Safra de soja do Rio Grande do Sul se desenvolve bem, aponta Emater
Retro 2025 - Soja/Cepea: Oferta global recorde derruba preços internos e externos em 2025
Argentina: Processamento de soja caiu em novembro e o mercado começa a sentir a escassez do produto