Soja: Plantio recorde da soja 2021/22 pressiona cotações na Bolsa de Chicago; primeiros vencimentos perdem os US$ 12

Publicado em 08/11/2021 14:55

Depois de começar o dia testando tímidas variações, os preços da soja passaram para o lado negativo da tabela e, por volta de 14h30 (horário de Brasília), perdiam mais de 15 pontos nos principais contratos negociados na Bolsa de Chicago. Assim, não só o novembro já operava abaixo dos US$ 12,00 por bushel, como o contrato janeiro também, sendo cotado a US$ 11,90. O maio/22, referência para a safra brasileira, valia US$ 12,12 por bushel. 

Segundo explicam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities, o contrato janeiro, inclusive, testa suas mínimas desde março na CBOT. "O clima benéfico no Brasil e as dúvidas em relação à demanda chinesa pressionam o mercado". As chuvas esperadas para os próximos dias no Centro-Norte do Brasil deverão favorecer os trabalhos de campo, mesmo com alguns produtores ainda relatando certa irregularidade nas precipitações, como afirma Eduardo Vanin, analista de mercado da consultoria.

De acordo com números da Pátria Agronegócios, 67,32% da área estimada para ser cultivada com soja no Brasil ja foram plantados, contra 55,08% do ano passado, neste mesmo período, e frente aos 48,6% de média dos últimos anos. 

"Os trabalhos de campo do início da safra 2021/22 seguem acelerados! Somente nos últimos sete dias foram semeados mais de cinco milhões de hectares de soja no Brasil. Esse é um novo recorde", explica Matheus Pereira, diretor da Pátria. 

Dessa forma, já há alguns estados como Mato Grosso e São Paulo, segundo informa a Geosys, plantando soja com níveis de umidade no solo acima da média, além da região do Matopiba. 

As chuvas foram boas e regulares desde a segunda quinzena de outubro e favoreceram o início do plantio em todas as regiões de soja nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A umidade do solo está acima da média e deve se manter assim nos próximos dias, já que são esperadas mais chuvas na região. Tocantins é o estado com o trabalho de campo mais adiantado. 

Além do plantio brasileiro e da conclusão da fase final da colheita americana - que também pesa sobre as cotações da CBOT - as incertezas sobre as compras da China - que ainda têm parte concentradas aqui no Brasil - são outro fator de pressão para os futuros da oleaginosa. 

Dados divulgados nesta segunda pela Administração Geral das Alfândegas da nação asiática mostram que suas importações de soja ficaram no menor volume desde março de 2020. As compras foram de 5,11 milhões de toneladas, 41,2% menores na comparação anual. Em todo acumulado do ano, de janeiro a outubro, as importações chinesas somam 79,08 milhões de toneladas, 5% menos do que no mesmo período do ano passado. 

Ainda hoje, o mercado também se ajusta antes do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos traz nesta terça-feira, 9 de novembro, além de acompanhar os boletins tradicionais de segunda-feira - embarques semanais e acompanhamento de safras. 

E atenção! A partir de hoje o horário de fechamento dos negócios na Bolsa de Chicago é 16h20 (Brasília), com o final do horário de verão nos EUA.   

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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