Farelo sobe mais de 2% em Chicago com preocupações com o clima na América do Sul e soja acompanha

Publicado em 10/12/2021 12:34 e atualizado em 10/12/2021 15:29

O mercado do farelo de soja na Bolsa de Chicago acelerou suas altas no início da tarde desta sexta-feira (10) e subia mais de 2% entre as posições mais negociadas, com a primeira sendo cotada a US$ 367,40 por tonelada curta. O avanço do derivado puxa também a soja em grão, que subia, perto de 12h (Brasília), pouco mais de 6 pontos nos principais contratos. O janeiro tinha US$ 12,71 e o maio, US$ 12,84 por bushel. 

"O farelo sobe e puxa a soja. O clima na Argentina segue preocupando", afirma o risk manager da HedgePoint Global Market. "A intensificação da correlação dos movimentos do farelo com a soja se deve ao ajuste do "oilshare", que perdeu expressiva participação na remuneração do crush na rolagem do vencimento dezembro para o janeiro, além da sazonalidade de maior consumo de rações nos EUA e risco climático na Argentina", completa. 

Martins explica ainda que "com o ajuste do oilshare, podemos observar que os futuros do farelo e do óleo se "canibalizam", ao passo que o farelo sobe mais de 2,5% o oleo cai 2%. Um oilshare proximo de 32% deve neutralizar essa dinâmica".

O quadro atual é desdobramento do La Niña, fenômeno climático que se estabelece pelo segundo ano consecutivo e segue cortando as chuvas não só na Argentina, como também no sul do Brasil. Afinal, a Argentina é responsável por mais de 40% das exportações mundiais e é a maior exportadora mundial do derivado.

"Embora as condições das lavouras e dos solos argentinos ainda estejam 'ok', o mercado precifica a piora que os mapas trazem para janeiro e fevereiro. Com o La Niña ganhando força, as anomalias de precipitação devem trazer volumes de chuvas bem abaixo do normla para o período para as regiões produtoras hermanas", explicam os analistas da Agrinvest Commodities. 

Uma massa de ar extremamente seco continua impedindo o avanço das nuvens, promove elevação nas temperaturas e deixa a região em estado de alerta para baixa umidade relativa do ar. A tendência é que as chuvas retornem ao estado a partir de domingo, mas de forma de pontual e mantendo a irregularidade que vem sendo observada.

Segundo o modelo de previsão de temperatura do Inmet, a faixa oeste da região Sul deve registrar as temperaturas mais altass, acima da casa dos 30 graus nesta sexta-feira. 

Mapa: Inmet

Na outra ponta, atenção ainda à demanda e à recente informação trazida pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre uma redução de quase três milhões de toneladas na estimativa para a safra de soja da China. 

Tags:

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Lavouras de Santo Ângelo/RS escaparam dos danos, mas logística e infraestrutura da região foram afetadas pela chuva
Soja: Mercado realiza lucros em Chicago nesta 3ª feira, após mais de 30 pts de alta na sessão anterior
Soja em Chicago sobe mais de 30 pontos motivada por fundamentos que vão desde chuvas no RS, alta do farelo e plantio lento nos EUA
Fim da colheita de soja no RS e em Santa Catarina deve ser impactada pelas chuvas previstas para os próximos dias
Soja volta a subir forte na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira com reflexos ainda da cheias no RS