Importações de soja da China em julho caem em meio a margens de esmagamento e demanda mais fracos

Publicado em 08/08/2022 07:49 e atualizado em 08/08/2022 08:21

As importações de soja da China em julho caíram 9,1% em relação ao ano anterior, mostraram dados alfandegários neste domingo, com margens de moagem fracas e consumo mais fraco no maior comprador mundial da oleaginosa reduzindo o apetite por embarques.

A China trouxe 7,88 milhões de toneladas da oleaginosa em julho, contra 8,67 milhões de toneladas um ano antes, mostraram dados da Administração Geral das Alfândegas no domingo.

As importações também caíram 4,5% em relação ao mês anterior.

Os preços da soja dispararam este ano depois que o mau tempo prejudicou a produção e as exportações do Brasil, principal fornecedor da China.

A demanda da China também está mais fraca do que há um ano, pois cidades como Shenzhen, Xangai e Wuhan enfrentaram testes em massa, bloqueios direcionados ou restrições para conter a propagação do COVID-19.

“Os bloqueios da COVID reduziram o consumo e os lucros negativos diminuíram o estoque de suínos” para os suinocultores, disse Rosa Wang, analista da consultoria agrícola Shanghai JC Intelligence Co Ltd, antes da divulgação dos dados alfandegários.

A soja é esmagada para fazer farelo de soja, um ingrediente-chave da alimentação de porcos, e óleo de soja para cozinhar.

"As baixas margens de esmagamento e os altos custos de importação também reduziram as compras de soja no exterior pelos trituradores", acrescentou Wang.

As margens de esmagamento na China estão negativas desde meados de abril, com os trituradores no principal centro de processamento de Rizhao perdendo 644 yuans (US$ 95,26) para cada tonelada de soja processada em 5 de agosto.

Os suinocultores também tiveram margens negativas nos primeiros cinco meses do ano, pois a demanda por carne suína se contraiu devido a repetidos surtos de COVID.

A China, a segunda maior economia do mundo, adere a uma política estrita de zero COVID de eliminar surtos assim que surgirem, resultando em restrições de movimento e bloqueios direcionados que sufocam o consumo e a atividade econômica.

De janeiro a julho de 2022, a China trouxe 54,17 milhões de toneladas da oleaginosa, uma queda de 5,9% em relação ao mesmo período do ano passado, mostraram dados alfandegários.

($ 1 = 6,7607 yuan chinês renminbi)

Fonte: Reuters

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