Soja segue em alta forte com clima nos EUA, avanço do farelo e novos dados do USDA no radar

Publicado em 09/08/2022 12:42

A terça-feira (9) continua sendo de boas e fortes altas para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. Perto de 12h15 (horário de Brasília), os principais contratos subiam de 21,75 a 36,25 pontos, levando o novembro a US$ 14,25 e o janeiro a US$ 14,31 por bushel - altas de mais de 2% - acompanhando o movimento positivo de todo o complexo. Somente entre os preços do farelo, os ganhos passavam de 3% no início da tarde de hoje, com o dezembro valendo US$ 411,10 por tonelada curta. 

Os preços não só vinham se recuperando das últimas baixas como encontraram combustível na redução do índice de lavouras em boas ou excelentes condições reportado ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu boletim semanal de acompanhamento de safras. 

O índice passou de 60% para 59% de lavouras em boas ou excelentes condições, bem como esperava o mercado para esta semana. O USDA informa também que 30% dos campos estão em condição regular, contra 29% da semana passada, e 11% em condições ruins ou muito ruins, sem alteração. 

89% dos campos de soja estão em fase de florescimento, contra 79% da semana anterior, 90% do ano passado e 88% de média plurianual. Já sem estágio de formação de vagens estão 61% das lavouras, contra 44% na comparação semanal, 70% na anual e diante de 66% de média. 

Assim, estão reforçadas as expectativas de que o USDA poderia vir a reduzir a produtividade não só da soja, mas também do milho em seu boletim mensal de oferta e demanda que chega nesta sexta, dia 12. As lavouras americanas têm gradativamente perdendo força por conta, principalmente, da seca no oeste do Corn Belt.

"As condições novamente caíram no Norte, nas Planícies, em Iowa e em parte do Delta. As condições melhoraram no Leste do cinturão. O Crop Condition Index (CCI) do milho caiu 7 pontos e da soja caiu 3 pontos. Para soja o CCI está em linha com o ano passado em 353 pontos e para o milho é o pior CCI em 5 anos – mais baixo que 2019, ano de grande atraso de plantio", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.

E os mapas para os próximos dias continuam indicando uma manutenção das precipitações mais volumosas ainda concentras no leste dos Estados Unidos, com apenas algumas chuvas esparsas chegando ao norte e oeste do país. 

As imagens abaixo foram atualizadas nesta terça pelo NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, mostrando os volumes mais intensos em estados como sul de Illinois, Indiana, Ohio e Missouri, em todo Kentucky e Tennessee e Arkansas e quase nada para as Dakotas, Iowa e o Nebraska. O primeiro mapa traz a previsão para os próximos cinco e o segundo, para os próximos sete dias. 

Previsão de chuvas para 9 a 14 de agosto - Mapa: NOAA
Previsão de chuvas para 9 a 16 de agosto - Mapa: NOAA

Paralelamente, permanece a atenção sobre os cenários macroeconômico e geopolítico, bem como ao comportamento da demanda chinesa. Nesta terça-feira, o USDA informou uma nova venda de milho para a China, segunda operação na semana em vendas para a nação asiática. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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