Soja cai mais de 1% em Chicago, dólar sobe frente ao real e preços ficam estáveis no mercado brasileiro

Publicado em 05/05/2025 16:10 e atualizado em 05/05/2025 17:46
Clima favorável ao plantio nos EUA e baixa forte do petróleo pressionam cotações nesta 2ª feira

Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago terminaram o pregão desta segunda-feira (5) com baixas de dois dígitos nos principais vencimentos. As perdas foram de 7,75 a 12 pontos, levando o julho a US$ 10,46 e o setembro a US$ 10,19 por bushel. O mercado da oleaginosa acompanhou as baixas intensas do milho - que perdeu mais de 3% - e do trigo, de mais de 2% - além do óleo, que terminou o dia com queda de mais de 1% na CBOT neste início de semana. 

Os grãos, em especial o milho, além do óleo de soja, sentiram forte o impacto de hoje das baixas do petróleo. "A semana abre no negativo para as commodities agrícolas em Chicago, movimento que acompanha a queda do petróleo após confirmação de aumento da produção da OPEP+", informou o time da Pátria Agronegócios.

Tanto o WTI, quanto o brent, perderam quase 2% nesta segunda-feira. Ao longo do dia, as baixas foram ainda mais intensas e o movimento de queda tem sido registrada desde o começo do dia. 

Além do petróleo em queda, as boas condições de clima no Meio-Oeste americano também pressionam as cotações em Chicago neste início de semana. As chuvas começam a dar uma trégua em regiões importantes de produção nos EUA, favorecendo o ritmo já acelerado dos trabalhos de plantio, ajudando a pesar ainda mais sobre os mercados. 

"Com a continuidade do clima quente e seco prevista para os próximos dias é esperado que os trabalhos sigam em ritmo acelerado, mitigando as chances de uma redução de área cultivada em relação ao estimado inicialmente. Caso o clima siga favorável, os EUA podem ter uma safra de milho superando 400 milhões de toneladas, ficando à frente do recorde de 389 milhões da temporada 2023/24", afirmaram os analistas da Agrinvest Commodities. 

Mapa: Rural Clima

O mapa acima, da Rural Clima, aponta para as chuvas previstas no período dos dias 5 a 9 de maio, com os volumes mais intensos sendo previstos agora para a região mais ao centro-sul do país.  

Ainda nesta segunda-feira, a alta do dólar frente ao real também foi mais um fator de pressão sobre a soja negociada em Chicago. 

MERCADO BRASILEIRO

No mercado brasileiro, os preços da soja fecharam a segunda-feira com estabilidade na maior parte das regiões pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. No interior do país, as cotações seguem variando entre R$ 105,00 e R$ 122,00 por saca, com variações apenas pontuais, como alta de 0,56% em Sorriso/MT, para R$ 107,70 ou como a baixa de 1,72% para R$ 114,00 em Eldorado/MS. 

Nos portos, os preços ficaram entre 132,00 e R$ 136,00 entre o disponível e junho/25, com indicadores também estáveis, diante das baixas em Chicago e da alta do dólar. Os prêmios também têm sido acompanhados de perto, já que perderam um pouco mais de força nos últimos dias. 

As atenções estão também sobre prêmios e preços para o segundo semestre, quando a soja brasileira deverá ser mais intensamente dispitada entre demanda interna e exportação. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Plantio de soja no Rio Grande do Sul tem avanço moderado pela redução de chuvas
Soja segue lateralizada em Chicago nesta 6ª feira e ainda espera por novidades e pelo novo USDA
Soja sobe em Chicago com atenção à demanda da China e clima na AMS, mas preços sentem leve pressão no BR nesta 5ª feira
Safra 25/26: primeiro foco de ferrugem asiática em área comercial é confirmado em MS
Empresas da Índia cancelam importação de óleo de soja após alta no preço, dizem traders
Soja sobe levemente em Chicago nesta 5ª feira, esperando pelo USDA e monitorando notícias conhecidas